Sociedade

Um jogo apocalíptico criado na região

Videojogo
Escrito por Efigénia Marques

Grupo de jovens empreendedores criou a empresa Digitality Studios na Covilhã que acaba de lançar o videojogo “HordeCore”

Um cenário pós-apocalíptico, uma empresa sediada na Covilhã e um grupo de quatro jovens são a receita para a criação de um videojogo que foi lançado na passada quarta-feira.
A Digitality Studios, empresa de produção de videojogos, foi fundada por Luís Nogueira e Carolina Chagas, ambos licenciados na Universidade da Beira Interior (UBI) em design e mutimédia e design industrial, respetivamente, com origens na região. A dupla de empreendedores começou a trabalhar «há algum tempo» e desenvolveu aplicações de entretenimento infantil antes de se tornarem uma empresa. «Foi isso que nos levou a criar uma empresa de desenvolvimento de software e design, mas sempre com uma vertente de desenvolvimento de videojogo», adianta Luís Nogueira de 31 anos. Com o tempo, a empresa que nasceu com várias vertentes, como design, software e web, foi-se aproximando-se «cada vez mais» do foco, que é o desenvolvimento de videojogos. «Fomos participando em eventos relacionados com videojogos, sendo que o nosso objetivo principal sempre foi o jogo que agora lançámos», acrescenta o produtor.
Assim nasceu o “HordeCore”, nome do jogo lançado no dia 2, que surgiu principalmente do gosto que Luís Nogueira e Carolina Chagas partilham por esta indústria e pelos jogos independentes. «Eu gosto mais particularmente da temática do jogo, o cenário pós-apocalíptico, e, por “hobby”, acabei por enveredar por essa área e a aprender a entrar na indústria e a produzir um videojogo», afirma o cofundador. Esse “hobby” acabou em projeto e desse projeto resultaram várias candidaturas: «Chegámos ao ponto em que conseguimos apresentar o projeto a várias publicadoras internacionais e foi aí que recebemos uma alavanca suficiente para fazer a alteração da empresa para produção de videojogos através da publicadora com a qual estamos agora a trabalhar», explica Luís Nogueira.
Lançado há uma semana, o “HordeCore” tem tido uma adesão «muito boa» e está dentro das expetativas dos criadores. «Felizmente está dentro das nossas estimativas iniciais porque tivemos acesso a uma média de dados sobre quais são os desejos de compra do jogo antes do lançamento graças às ferramentas que as plataformas nos disponibilizam», acrescenta. Disponível em várias plataformas, como a Steam, EpicGames, GOG.com e Humble Bundle, o jogo vai ser adaptado para consolas e irá continuar a ser trabalhado «ativamente» pela Digitality Studios para «corrigir qualquer problema que tenha surgido entretanto aos jogadores». A empresa pretende igualmente continuar a produzir e criar conteúdo para este jogo.
«Temos um plano para os próximos meses, quiçá anos, conforme o desempenho», revela o jovem empreendedor. O projeto abriu também portas a novas ideias que já estão em andamento. «Temos dois projetos em desenvolvimento que são franquias diferentes de videojogos, criados por nós de raiz. Estamos ainda numa fase de pré-produção dos dois em simultâneo para passar para essa fase de publicação com uma publicadora e toda a parte de financiamento, apresentação pública e, em breve, vamos revelar mais sobre estes dois trabalhos», desvenda Luís Nogueira. Entretanto, a empresa teve que alterar boa parte do seu funcionamento, uma vez que a produção de videojogos passou a ser feita a tempo inteiro. «Temos várias fases ao longo do ano, conseguimos intercalar alguns serviços, mas o que dizemos sempre a quem nos contacta é que vai depender da fase e da época em que nos encontramos em relação ao desenvolvimento de videojogos, que é o que neste momento é o foco principal da empresa», sublinha.
A opção de sediar a empresa por cá partiu dos quatro jovens, que são oriundos da região. «Somos daqui, estudámos cá e foi aqui mesmo que acabámos por nos conhecer. Este foi desde início o local onde idealizamos começar este projeto, não só pela proximidade com o que já estamos habituados e a própria terra», justifica Luís Nogueira, para quem é «uma mais-valia» estar na Covilhã e ter um escritório no Fundão. «O projeto não depende da área geográfica, nós trabalhamos daqui para todo o mundo. E é uma mais-valia poder estar “na nossa casa”», garante o jovem.

 

Emanuel Brasil

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Efigénia Marques

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