O Superintendente António José Gomes Belo é o novo comandante do Comando Distrital da PSP da Guarda. O oficial, que tomou posse no dia 20 de março, considera que, apesar da Guarda e Gouveia (áreas de atuação da PSP no distrito) serem localidades onde a criminalidade «não é violenta e grave, é sempre um desafio trabalhar em cidades do interior».
Por isso, «não podemos descurar a segurança da cidade e das populações porque de um momento para o outro pode haver um episódio inopinado que altera esse padrão», sublinhou em declarações aos jornalistas esta terça-feira. Porém, o oficial não esconde a preocupação em manter «a visibilidade policial e a proximidade com as populações para incrementar e manter o sentimento de segurança», objetivo para o qual conta com o apoio de algumas entidades através de «protocolos com diversos tipos de instituições». «O tráfico de droga e a violência doméstica, neste momento, são crimes que merecem a nossa atenção e para os quais estamos sempre despertos. É uma constante preocupação, nomeadamente com os jovens, com os alunos das escolas em que trabalhamos muito em ações de sensibilização com vista a prevenir determinado tipo de comportamentos de risco que possam ocorrer. Agora estão a surgir alguns crimes novos, por exemplo, as burlas informáticas, que estão a acontecer com alguma frequência e que estão a merecer também da nossa parte alguma atenção», disse o novo comandante na conferência de imprensa de apresentação.
Por existir uma população envelhecida na região, os idosos «também merecem alguma atenção da nossa parte» e é aí que as «relações institucionais» podem ajudar, sublinhou António José Gomes Belo. As novas instalações da PSP da Guarda são «um anseio legítimo por parte dos polícias deste Comando Distrital e por parte do pessoal técnico de apoio à atividade operacional», admitiu também o Superintendente. Porém, considera que da sua parte não há muito que possa fazer, além de manifestar as carências dos edifícios, pois «o problema das instalações é um problema administrativo moroso e que não é de fácil resolução da minha parte. Aquilo que posso fazer é reportar à minha hierarquia, a Direção Nacional da PSP, as dificuldades que temos, as necessidades que temos e, a minha função fica um pouco barrada por aqui. Aguardo depois que a direção nacional resolva com a tutela alguma coisa que possa ser feito», afirmou António José Gomes Belo.
A descentralização das esquadras, nomeadamente a de Investigação Criminal, que funciona no prédio conhecido localmente por Prolar, e a de Trânsito, na Guarda-Gare (no edifício do Centro Cultural e Social de São Miguel), «tem vantagens e desvantagens». Por exemplo, no Trânsito, «se a ocorrência for na zona da Estação os agentes conseguem chegar rapidamente, mas se for na zona do Hospital já demoram mais um pouco, mas os polícias que aqui prestam serviço sabem aquilo que têm que fazer para colmatar alguns problemas que possam aparecer em demorar mais ou menos tempo», vincou o oficial de 55 anos, natural de Castelo Branco. Quanto ao número de efetivos, o comandante considera que «os elementos são suficientes para as atividades que temos em curso. Obviamente, se fossem mais, melhor faríamos e mais atividades poderíamos fazer. Penso que neste momento a população pode sentir-se segura com a presença da PSP».
Com 55 anos, António José Gomes Belo é licenciado em Ciências Policiais pelo Instituto Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna e possui o mestrado em Ciências Criminais e Comportamento Desviante, pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, e mestrado em Relações Internacionais, pela Universidade da Beira Interior. Frequentou diversos cursos a nível internacional de preparação para a realização de missões internacionais no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e União Europeia (UE). O novo comandante do Comando Distrital da PSP da Guarda foi inspetor da Direção Nacional da PSP, Observador Internacional da ONU na Colômbia, 2º comandante do Comando Distrital da PSP de Castelo Branco, comandante da PSP de Portalegre e diretor de Serviços de Segurança na Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Conta no currículo com diversos louvores e condecorações.
Tráfico de droga, violência doméstica e burlas informáticas são principais preocupações do novo comandante da PSP da Guarda
Com 55 anos e natural de Castelo Branco, o Superintendente António José Gomes Belo tomou posse no dia 20 de março.