Um jovem de 23 anos foi detido no domingo, na Covilhã, por suspeita da autoria dos crimes de violação, de violência doméstica e ofensas à integridade física. O caso aconteceu na via pública, na localidade do Ferro, e a vítima foi uma mulher de 20 anos, com quem o suspeito mantinha uma relação de namoro.
Segundo o coordenador de investigação criminal da Polícia Judiciária da Guarda, Joaquim Bidarra, o crime terá ocorrido na manhã de domingo, «depois de uma noite na discoteca». No mesmo dia chegou à PJ «uma denúncia a partir de uma unidade de saúde da região, a alertar para a possibilidade de violação a uma rapariga que estava na unidade a receber tratamentos médicos de internamento», adianta o coordenador. Foi então que as autoridades se deslocaram ao local e na sequência das diligências realizadas, perceberam que o suspeito já tinha «um antecedente», uma vez que a vítima já tinha efetuado outra denúncia, onde se queixava de «atos violentos contra ela».
Os inspetores estiveram posteriormente no local onde terá ocorrido o crime e perante «todos os factos recolhidos» o individuo acabou por ser detido já ao final do dia de domingo. No dia de fecho desta edição o suspeito aguardava ainda para ser presente a tribunal, não sendo ainda conhecidas as medidas de coação. Embora o crime de violência doméstica não seja da competência da PJ, neste caso surge associado a uma queixa de violação, pelo que coube a esta força policial fazer a investigação e tomar conta da ocorrência.
PJ promove ações de sensibilização em escolas
Não há memória da violência doméstica ser, em Portugal, um tema tão presente no dia-a-dia dos cidadãos como agora.
Dos 27 inquéritos abertos por homicídio consumado em janeiro e fevereiro deste ano, 14 tiveram como cenário casos de violência doméstica, de acordo com dados revelados pela PJ. Os suspeitos têm idades compreendidas entre os 21 e 84 anos, o que indica que este crime «acontece também entre casais jovens». É por isso que, em conjunto com as escolas, a Polícia Judiciária da Guarda está a promover «ações de sensibilização, onde participam inspetores e coordenadores da PJ para alertar a população estudantil para os perigos que corre, e para situações de violência». Este é um crime «cada vez mais na ordem do dia» e por isso Joaquim Bidarra considera que «nunca é de mais relembrar e alertar para que as pessoas denunciem e recorram às autoridades o mais rápido possível para evitar desfechos mais trágicos».