Sociedade

Sítios do Vale do Côa na lista do Património Mundial há 24 anos

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Escrito por Efigénia Marques

Para 2023, a aposta da Fundação Côa Parque passa por um plano estratégico de posicionamento e reposicionamento na área do turismo cultural e do turismo científico

No passado dia 2 de dezembro foram comemorados os 24 anos da inscrição dos sítios de arte rupestre do Vale do Côa na Lista do Património Mundial da UNESCO. A data foi assinalada com o lançamento do catálogo da exposição de Graça Morais, intitulada “Mapas da Terra e do Tempo”, patente no Museu do Côa, e com um concerto de Pedro Caldeira Cabral.
Aida Carvalho, presidente da Côa Parque, adiantou a O INTERIOR que esta inscrição «tem vindo, ao longo dos últimos anos, a reforçar o nosso posicionamento na escala nacional e internacional», revelando que o Vale do Côa «tem valor e tem características excecionais de autenticidade e faz com que naturalmente seja um ponto de atração e conhecimento». E prova dessa valorização e crescimento é o número de visitantes que o Museu do Côa e o Parque Arqueológico têm recebido. «Nós costumamos dizer que o Museu do Côa é a porta de entrada no território, porque o verdadeiro museu é o vale, são os sítios. E, portanto, trabalhamos duas dinâmicas: trabalhamos um museu que é um equipamento moderno que tem capacidade nas suas salas para acolher grandes grupos. E depois trabalhamos na outra política mais restritiva, mais ligada à preservação que é em relação ao Parque Arqueológico do Vale do Côa», confessou a responsável.
No que toca a números o Vale do Côa mantém o mesmo número de visitantes que em 2019 (ano de referência antes da pandemia), e isso acontece «pela questão da proteção do bem. Será sempre essa a política implementada», ou seja, o número de visitantes não aumentou por falta de procura, mas sim para manter intacto e preservado todo o património mundial. Já no Museu do Côa, que tem seis salas com curadoria e com muita informação sobre a arte rupestre, esses números «têm vindo a aumentar. Em outubro, deste ano, já tínhamos superado os números de 2019, já ultrapassámos em cerca de 20 por cento os números de 2019, portanto, estamos numa fase muito positiva», valoriza Aida Carvalho. A também docente universitária justifica esse aumento com «o facto de apostarmos em exposições».
Para 2023 a aposta da Fundação Côa Parque passa por «um plano estratégico de posicionamento e reposicionamento na área do turismo cultural e do turismo científico e pensar cada vez mais em escalas internacionais», porque o espaço do vale arqueológico tem ainda grande potencial para a ciência, «temos consciência que o Vale do Côa é um verdadeiro laboratório, portanto, quanto mais se investigar mais se encontra», ambiciona Aida Carvalho. A Arte do Côa foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do paleolítico superior, nos finais do século XX, em toda a Europa.

Carina Fernandes

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Efigénia Marques

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