A Guarda é um distrito «seguro», mas a sinistralidade rodoviária é «um dos principais fatores de insegurança» na região, alerta o comandante do Comando Territorial da GNR, que celebrou no domingo, em Trancoso, o Dia da Unidade.
Nas cerimónias, que incluíram um desfile e a atribuição de condecorações, o coronel Luís Cunha Rasteiro fez um balanço da criminalidade verificada este ano no distrito para concluir que «é um distrito seguro». Segundo os dados divulgados, a criminalidade simples baixou 15 por cento nos primeiros dez meses de 2018, tal como a criminalidade violenta, com destaque para uma diminuição de 60 por cento dos roubos. Neste período, a GNR efetuou 800 detenções e apreendeu 200 armas, tendo detido 120 pessoas ligadas ao tráfico de droga e apreendido 10 mil doses de haxixe, cocaína, heroína e outras drogas sintéticas. Menos positivos são os dados da sinistralidade rodoviária, área em que foram fiscalizados 70 mil condutores e elaborados 15 mil autos de contraordenação. Desde janeiro foram ainda apreendidas 35 viaturas.
Perante estes dados, Cunha Rasteiro considerou que «reprimir não basta, é preciso que a sociedade, as famílias, se empenhem na resolução deste problema sério que não se combate apenas com medidas policiais e que é, acima de tudo, uma questão cultural».
Segundo o último relatório da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), que abrange o período entre 1 de janeiro de 30 de novembro de 2018, no distrito da Guarda foram contabilizados 1.361 acidentes que provocaram 14 vítimas mortais e 43 feridos graves.
No domínio do ambiente, as patrulhas do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) realizou 12 mil ações de fiscalização que deram origem a 2.243 autos de contraordenação, entre outras tarefas. Presente na cerimónia, a secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna anunciou que o Governo vai investir 4,5 milhões de euros na melhoria das instalações do Destacamento Territorial de Vilar Formoso e nos postos de Seia e Figueira de Castelo Rodrigo. Isabel Oneto sustentou que estas obras visam «dotar estas infraestruturas com a dignidade que, não só os nossos militares merecem, como também as respetivas populações».
A governante adiantou também que novas viaturas chegariam esta semana ao Comando da Guarda, outra das «debilidades, além das infraestruturas», da GNR no distrito. Contudo, a secretária de Estado não disse uma palavra sobre as instalações do Comando Territorial na Guarda. Isabel Oneto disse apenas que conta com a parceria e apoio das autarquias para a administração central dar resposta «mais célere» aos vários processos. «Assim, vamos procurar continuar a prosseguir o investimento na reabilitação das infraestruturas, na modernização dos equipamentos, na melhoria da relação entre cidadãos e as forças e serviços de segurança, e uma especial atenção à dignificação dos elementos das forças e serviços de segurança», declarou a governante. O Comando Territorial da Guarda conta com um efetivo de 640 militares distribuídos por 25 postos nos catorze concelhos do distrito.
Sinistralidade rodoviária é «fator de insegurança» no distrito da Guarda
Índices de criminalidade diminuíram este ano na região, mas comandante da GNR alerta que acidentes na estrada são «um problema sério»