Sérgio Costa diz que futuro da Guarda está em causa pelos «chumbos políticos e obstáculos artificiais»

Na passada quarta-feira, 27 de novembro, a Guarda celebrou os 825 anos da sua fundação com uma sessão solene, inaugurações, concertos e exposições, entre outras actividades, que contaram com a presença da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.
Na sessão solene do Dia da Cidade, o presidente do município destacou o plano de investimentos de mais de 47 milhões de euros que tem em curso, «o maior dos últimos 20 anos no concelho», afirmou. Para Sérgio Costa, este projeto reflete a «ambição e visão estratégica que nos move, e representa a transformação que queremos ver na nossa cidade e nas nossas freguesias». Entre os investimentos enunciados estão a construção da Alameda dos F’s – Ti’ Jaquina, a requalificação das Avenidas de São Miguel e Francisco Sá Carneiro, a nova residência de estudantes do IPG e a instalação do Comando Sub-Regional da ANEPC na antiga sede da Associação Comercial da Guarda.
No domínio da habitação, Sérgio Costa acrescentou que também o Plano de Habitação aprovado pela autarquia «enfrenta resistências e chumbos por parte de alguns setores político-partidários». O objetivo é disponibilizar 450 fogos habitacionais, entre novos projetos e reabilitação de imóveis existentes, sobretudo no centro histórico, num investimento total de 35 milhões de euros.
Contudo, o autarca independente fez questão de recordar que todas estas obras estão em risco porque «há quem tente travar este plano com chumbos políticos e obstáculos artificiais, esquecendo que o que está em causa não é apenas a realização de obras, mas o futuro da Guarda e o bem-estar das nossas gentes». No seu discurso, no último Dia da Cidade do atual mandato, Sérgio Costa avisou PS e PSD que «não permitirem que interesses de curto prazo ponham em risco um projeto desta magnitude, que tem o potencial de transformar vidas, atrair investimentos e fixar pessoas no nosso concelho». E foi mais longe ao acusar a oposição de «não prejudicar apenas as famílias que aguardam ansiosamente por uma casa acessível; prejudica também a economia local, ao travar investimentos que geram emprego e riqueza para todos».
Na cerimónia, o presidente da Câmara da Guarda pediu à ministra da Administração Interna «melhores condições e instalações dignas para as forças de segurança» da cidade. E reiterou que a autarquia está «disponível para trabalhar, em conjunto com o Ministério da Administração Interna e com as forças de segurança, para encontrar e implementar as soluções necessárias». Por sua vez, Margarida Blasco admitiu conhecer os «desafios característicos» da GNR, PSP, ANEPC e PJ e garantiu aos guardenses que o «Governo quer reafirmar o compromisso com a valorização e dignificação de todos os profissionais através da revisão das carreiras das forças de segurança, do investimento na formação inicial e contínua, mas também a distribuição dos militares da GNR e da PSP nos novos cursos junto das suas famílias». Dirigindo-se ao presidente da Câmara, a governante afirmou que vai fazer «tudo para trazer para a Guarda os serviços que são necessários para os guardenses».
A sessão solene comemorativa dos 825 anos da atribuição do foral à Guarda pelo rei D. Sancho I ficou ainda marcada pela homenagem à PSP, GNR, PSP, PJ, ANEPC, NERGA, APIM, AcriGuarda e Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI), agraciadas com a Medalha de Mérito Municipal, grau ouro, enquanto o jornal “A Guarda” recebeu a Medalha de Honra do Município, grau prata. Já Carlos Brito, fundador do Centro de Alcoólicos Recuperados do Distrito da Guarda, e António Manuel Gomes, psiquiatra e cofundador do Centro de Saúde Mental da Guarda, receberam a Medalha de Mérito Municipal, grau prata, enquanto o general Eduardo Mendes Ferrão, Chefe de Estado-Maior do Exército, tornou-se “cidadão honorário” da Guarda com a atribuição da Medalha de Mérito Municipal, grau ouro. Na ocasião também foram homenageados 26 funcionários camarários aposentados.