Sociedade

Sérgio Costa disponível para «ser presidente nos próximos dez anos»

Dsc 3209
Escrito por Sofia Pereira

Chaves Monteiro diz que mandato do independente eleito pelo “PG” provocou um «retrocesso» no desenvolvimento do concelho. Adelaide Campos critica política da habitação, da cultura e «abandono» do centro histórico

A dois anos das próximas eleições autárquicas, Sérgio Costa já assumiu a intenção de se recandidatar à presidência da Câmara da Guarda para fazer o que ainda não foi feito e está a ser projetado.
«Já muita coisa foi feita e há muita coisa ainda por fazer. Nós estamos a planear a estratégia da Guarda para os próximos dez anos assente em algumas bases fundamentais, designadamente nos fundos comunitários», disse a O INTERIOR o eleito independente do movimento “Pela Guarda”, que está a cumprir o primeiro mandato. Para tal, Sérgio Costa está disponível para «ser presidente nos próximos dez anos», uma decisão que tomou após «longa reflexão»: «Se estou a fazer o caminho, a perspetivar tudo isto, este planeamento para os próximos dez anos, então o que peço humildemente à população da Guarda é que me deixe executar ao longo dos próximos dez anos e aqui me têm disponível para isso», justifica, dizendo que caberá aos eleitores considerar «na hora certa» se é ou não «a pessoa certa» para continuar a presidir à Câmara da Guarda.
«Um autarca que se preze quer fazer coisas, e eu gosto de fazer coisas, quero fazer mais coisas, porque o que me apaixona na política autárquica é fazer coisas para as pessoas, não é a luta do poder pelo poder, que é efémero e de que só precisamos para executar as ações que entendemos fazer», acrescenta Sérgio Costa num curto balanço dos dois primeiros anos do mandato. Opinião diferente tem o vereador do PSD Carlos Chaves Monteiro, para quem «nestes dois anos, a Guarda, que ombreava com as capitais de distrito vizinhas, está a perder a corrida das metas fundamentais do desenvolvimento e da definição de projetos novos que alavancam o desenvolvimento territorial e que o “PG” não assumiu».
Para o antecessor, Sérgio Costa tem feito «uma gestão corrente, focada em ganhar as eleições. Não estão claras as ideias de futuro que promovam o desenvolvimento económico, a criação de emprego, a atração de pessoas». O antigo presidente da Câmara diz mesmo que o movimento independente «abandonou os projetos que vinham de trás e, mais grave, não foram apresentados mais projetos ou ideias novas que criem esperança no território». De resto, Chaves Monteiro critica a «distribuição de dinheiros públicos sem critério em função de uma visão populista para ganhar as eleições daqui a dois anos e que arruína a capacidade financeira do município». Em síntese, o social-democrata garante que estes dois anos ficam marcados «pelo retrocesso no desenvolvimento da Guarda, que se vinha afirmando nos anos anteriores».
Já a vereadora socialista Adelaide Campos resume os dois anos de governação do movimento “Pela Guarda” em três pontos. Na habitação, a Câmara «candidatou-se miseravelmente a um projeto lançado pela Comunidade Intermunicipal para a construção de habitação a custos controlados. Quando o Fundão e a Covilhã concorreram com vários milhões de euros, a Guarda ficou-se por pouco mais de 400 mil euros», lembrou. Já na cultura, a socialista critica o «fraquíssimo programa cultural» para lembrar que «perdemos o apoio da DGArtes que garantia uma boa programação» ao TMG. Por último, Adelaide Campos destaca o «abandono da zona histórica da Guarda, nomeadamente da Praça Velha». São três áreas que levam a vereadora do PS a concluir que «a Guarda está abandonada e sem estratégia», onde a «fixação de empresas e pessoas não tem corrido bem». Contudo, a eleita da oposição admite que há um ponto positivo na governação da atual maioria independente: o lançamento do plano de urbanização do Cabroeiro.

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Sofia Pereira

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