Sociedade

Ser vigilante e mulher

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Escrito por Efigénia Marques

Na última edição de O INTERIOR conhecemos a história de uma empresária, de uma presidente de Junta de Freguesia e de uma militar da GNR, no âmbito do Dia da Mulher, para perceber que desafios enfrentam ao longo da carreira tendo em conta os cargos que desempenham. Agora é Ana Cunha que conta como é ser vigilante, uma profissão dominada pelos homens.
Natural da Guarda, já foi «motorista de autocarros, funcionária de uma empresa de componentes automóveis… Já fiz um pouco de tudo na vida», adianta Ana Cunha. Atualmente é segurança no Hospital Sousa Martins e mostra-se confortável com a profissão que tem. No início os colegas «estranham, mas depois entranham», garante. «Eu faço tudo o que eles fazem», acrescenta. Os comentários mais desagradáveis vêm de fora. «Já tive pessoas a dizer-me “não falo consigo porque é mulher e isto não é trabalho de mulher», outras vezes falam para mim e tratam-me como homem… Não sei porquê», exemplifica a segurança guardense. Mas não são só os homens que comentam, Ana Cunha afirma haver «muitas mulheres a olhar para mim de alto a baixo porque estranham ver uma mulher segurança».
O «autoritarismo» foi o que «despertou» o seu interesse nesta atividade, mas a guardense assume ser «complicado, por vezes» gerir alguns comentários, no entanto, isso dá-lhe «força para continuar». «Gosto muito do que faço e não vai ser o sexo masculino que me vai tirar a vontade de fazer o que gosto», assegura, apelando a todas as mulheres para que «não tenham medo» de fazer opções. «Se têm sonhos, vão em frente e realizem-nos. As coisas não são fáceis e no início é preciso força de vontade, mas lutem sempre pelos vossos objetivos», sublinha Ana Cunha.

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Efigénia Marques

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