Sociedade

Redução das portagens não depende do OE 2020, segundo Ana Abrunhosa

Escrito por Sofia Craveiro

O Governo está a ultimar um novo modelo de descontos nas portagens das autoestradas do interior que prevê reduções para quem vive, quem trabalha e para quem visita no fim de semana a região. A novidade foi anunciada na sexta-feira pela ministra da Coesão Territorial na Assembleia da República. «Estamos a trabalhar num modelo baseado em descontos de quantidades e descontos no fim de semana, que beneficiem os utilizadores frequentes, bem como aqueles que desejam visitar o interior», disse Ana Abrunhosa numa audição parlamentar no âmbito da apreciação, na especialidade, da proposta do Orçamento do Estado para 2020 (OE2020).

Sem avançar com a percentagem de desconto ou com prazos, a governante explicou que a proposta está em estudo, através de um grupo de trabalho constituído por membros dos Ministérios da Coesão Territorial, das Infraestruturas e da Habitação, e das Finanças, que está a trabalhar em «vários cenários para a redução gradual das portagens».

Ana Abrunhosa acrescentou que «vamos garantir, e estamos a trabalhar nesse sentido, um regime mais simples e claro para os cidadãos, com menores custos para os que habitam no interior e para os que o visitam, garantindo uma maior utilização de infraestruturas já construídas e uma redução da sinistralidade rodoviária».

A ministra esclareceu também que esta medida não depende do OE2020, defendendo que a mesma deve ser implementada «o mais rápido possível» para responder «a uma reivindicação antiga das populações». Durante a sua intervenção inicial, Ana Abrunhosa afirmou ainda que o Governo pretende injetar «1.500 milhões de euros de fundos europeus dos Programas Operacionais Regionais, alavancando 2.400 milhões de euros de investimento».

 A governante anunciou igualmente o lançamento do programa “Trabalhar no Interior”, que será desenvolvido com outros ministérios, nomeadamente, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Infraestruturas e Habitação. A ideia é criar «redes de apoio locais e regionais para conceder apoios financeiros aos trabalhadores, comparticipar custos associados às suas viagens, garantir um acesso mais expedito ao mercado de trabalho e divulgar incentivos dos municípios do interior às empresas e às famílias». Tudo para que o interior seja «capaz de atrair e fixar cada vez mais pessoas».

Rui Ventura defende «grande manifestação» contra as portagens

O presidente da Câmara de Pinhel desafia os autarcas da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela a participarem num manifestação «séria e pacífica» contra as
portagens na A23 e na A25.

«Baixar um bocadinho aqui e outro ali  não é uma solução que  agrade à região», disse Rui Ventura à margem da conferência de imprensa de apresentação da programação dos 250 anos da elevação de Pinhel a cidade, na quinta-feira.

Na sua opinião, os 15 autarcas da CIMBSE deveriam exigir o fim das portagens. «Devemos fazer mais qualquer coisa do que lamentar-nos à frente das televisões»,  afirmou, propondo a realização de uma «grande manifestação onde quer que seja, mas articulada por todos», porque as portagens «afetam as empresas da região, o desenvolvimento, o turismo e afastam as famílias», além de «não fazer sentido que as viagens dentro distrito sejam pagas».

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Sofia Craveiro

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