Região

Covilhã admite sair da CIMBSE e levar Belmonte e Fundão para a Beira Baixa

Escrito por Sofia Craveiro

Vítor Pereira, Presidente da Câmara da Covilhã, vai ponderar no final deste mandato a continuidade do seu município nas Beiras e Serra da Estrela

A “bomba” está lançada. O presidente da Câmara da Covilhã admitiu esta semana que no final deste mandato vai ponderar a continuidade do seu município na Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE).

Em declarações à Rádio Cova da Beira, Vítor Pereira afirmou também que vai abordar os vizinhos de Belmonte e do Fundão para seguirem a Covilhã para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa. «Teremos que fazer uma avaliação da nossa participação na CIMBSE e depois decidirmos o que fazer, mas até lá devemos estar de corpo e alma nas Beiras e Serra da Estrela», declarou o autarca socialista, que foi o primeiro presidente desta comunidade que junta doze municípios do distrito da Guarda e três da Cova da Beira, no distrito de Castelo Branco. Vítor Pereira considera que as comunidades intermunicipais continuam «em construção» e que são possíveis «outros desenhos geográficos» no contexto regional. «Do meu ponto de vista – e esta é uma opinião que só me vincula a mim – seria preferível juntar a Cova da Beira à CIM Beira Baixa, mas esse é um balanço que todos temos que fazer no final deste mandato e decidir da forma mais consentânea com a defesa dos interesses das nossas populações», sublinhou o autarca covilhanense.

Vítor Pereira lembra que no passado, quando presidiu à CIMBSE, houve tentativas para fundir as CIM da Beira Baixa e das Beiras e Serra da Estrela, mas que o projeto fracassou por causa de «divergências» entre os seus responsáveis políticos. E após cinco anos de funcionamento deste modelo, Vítor Pereira faz um balanço mitigado e considera que as CIM têm «competências diminutas», defendendo também a eleição direta do seu presidente. «Não deveria ser escolhido pelos autarcas, mas sim pelos cidadãos, porque esta é uma função que precisa de muita disponibilidade e exclusividade, coisa que nem todos os autarcas têm». Confrontado com estas declarações, Luís Tadeu, atual presidente da CIMBSE, diz que é uma «opinião legítima», mas acrescenta que neste momento é uma «não questão».

«Não faz sentido que se ponha em causa a pertença a uma determinada comunidade intermunicipal», afirma o também autarca de Gouveia, para quem o processo CIM «está em construção» e os autarcas estão «empenhados em construir a melhor CIM possível e que se traduza em benefícios e desenvolvimento para as nossas populações». Luís Tadeu concorda que esta entidade supramunicipal deve ser «o mais eficaz e eficiente possível na concretização das suas políticas e programas» e garante não estar preocupado com «o desabafo» de Vítor Pereira. «O importante é trabalharmos todos em prol da região e até ao momento a Covilhã tem tido intervenções bastante empenhadas nas reuniões da CIMBSE», refere o presidente da Comunidade Intermunicipal.

 A CIMBSE é constituída pelos municípios de Almeida, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Guarda, Gouveia, Manteigas, Mêda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso (todos do distrito da Guarda), bem como Belmonte, Covilhã e Fundão (do distrito de Castelo Branco).

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Sofia Craveiro

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