A Direção-Geral das Artes (DGArtes) abriu em julho mais uma fase do Programa de Apoio à Programação da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses (RTCP) e os vereadores do PSD na Câmara da Guarda questionaram o presidente da autarquia sobre se o município vai, desta vez, concretizar alguma candidatura.
Recorde-se que, no início deste ano, o município decidiu não assinar com a DGArtes um contrato que garantiria um financiamento de 800 mil euros para a programação do Teatro Municipal da Guarda em quatro anos. Na altura, o presidente argumentou que foram os próprios técnicos do TMG a recomendar-lhe que desistisse do contrato porque não havia condições para o cumprir. Sérgio Costa sublinhou que «o município, para receber 800 mil euros em quatro anos, teria de despender, nesse período, mais de três milhões de euros», ou seja, «iríamos ter apenas 25 por cento daquilo que tínhamos de investir», lembrando ainda que a decisão do executivo que lidera foi tomada com base num relatório técnico.
Desta vez, a autarquia está a estudar a possibilidade de apresentar uma nova candidatura porque «foram essas as indicações que dei aos técnicos», ainda que «dentro de um patamar completamente diferente do anterior para não acontecer o que se verificou naquele tempo, para que não se possa hipotecar a liberdade de atuação do município, pondo em causa todos os investimentos que à época tive oportunidade de referir». De resto, Sérgio Costa garantiu que, a verificarem-se os novos pressupostos, «a candidatura será apresentada oportunamente».
Estes argumentos não convencem os vereadores do PSD. Carlos Chaves Monteiro considera que «o presidente da Câmara, ao falar em “patamar mais baixo”, está a demonstrar falta de ambição e de visão para adotar as melhores soluções nesta área da cultura e do TMG em particular, assim como noutros setores da governação, para uma maior projeção da cidade e do concelho». Na resposta, Sérgio Costa voltou a sublinhar que a anterior candidatura «implicava que o município perdesse autonomia da programação, ficando obrigado a ir de encontro aos critérios e objetivos» da mesma, e que «para receber 800 mil euros a autarquia teria de despender três milhões de euros em quatro anos».