A carne de vaca jarmelista é mais um destaque da Feira Farta 2024. Trata-se de um produto único da nossa região e procurado por muitos visitantes. À semelhança dos anos anteriores, a Acriguarda – Associação de Criadores de Ruminantes do Concelho da Guarda vai marcar presença no certame com um stand «onde a gastronomia e a carne de vaca jarmelista vão estar ao dispor de qualquer visitante».
Quem o diz é José Manuel Nunes, médico veterinário na Acriguarda e grande divulgador da carne desta raça autóctone do concelho, segundo o qual durante o fim-de-semana vai haver «carnes grelhadas, desde rosbife ou bife “t-bone”, entremeada de vitela acompanhada com migas de couve portuguesa e batatinha regional no forno». No stand da Acriguarda haverá ainda «pão e vinhos regionais». O objetivo da associação de criadores locais é dar a conhecer uma iguaria «única» neste certame, onde as pessoas podem «sentar-se, degustar, comer e apreciar». E logo a seguir, refere o médico veterinário, «dirão aquilo que acharam, sendo que a opinião que temos tido é que as pessoas têm gostado muito e procurado a carne jarmelista».
Esta raça autóctone do município da Guarda estava «em vias de extinção» em 2007. Atualmente o cenário é diferente, fruto do trabalho da «Acriguarda e dos produtores e agricultores envolvidos», realça José Manuel Nunes, adiantando que há agora 32 agricultores «que participam na restituição da raça». Neste momento, temos «cerca de 500 animais adultos, pelo que já é possível degustar e consumir carne de vitela jarmelista. Hoje, já não se perde a raça», conclui e descansa o responsável. Quando a raça estava em extinção «todos os animais que nasciam eram destinados à reposição do efetivo», mas agora, garantida a restituição da jarmelista, a Acriguarda pretende «dar a conhecer, divulgar e incentivar os restaurantes da região a terem um produto endógeno que identifica a nossa zona e que é único no mundo», afirma.
Segundo José Manuel Nunes, a carne jarmelista tem uma qualidade «fora do vulgar porque os animais são acompanhados desde o nascimento até ao abate». Há um trabalho de «rastreabilidade» e produz-se de acordo com um programa «mais ou menos uniforme para termos carcaças uniformes» e para que no final da produção a carne seja «semelhante, tenha a qualidade adequada para o consumo, seja suculenta, com bom sabor e aspeto», acrescenta este entusiasta da vaca do Jarmelo. Já a procura pela carne jarmelista «tem crescido cada vez mais». Na verdade, José Manuel Nunes admite que «é capaz de não haver carne suficiente para o mercado interessado», mas acrescenta que com mais trabalho a Associação vai «chegar lá», cativando «novos produtores e incentivando os atuais a aumentar a produção».
O que é certo é que na Feira Farta o espaço da Acriguarda é um dos mais procurados e local de paragem obrigatória para muitos visitantes do certame. «Sabemos de pessoas que vêm à Feira Farta de propósito para comer carne jarmelista, que é um produto endógeno do concelho e de grande qualidade», revela o veterinário e grande divulgador desta iguaria.
Procura por carne jarmelista começa a ser maior que a produção
Iguaria já pode ser degustada nalguns restaurantes da Guarda depois da raça ter estado em risco de extinção