O presidente da Associação Académica da Guarda (AAG) pede mais apoios à Câmara Municipal e aponta que parte da situação financeira da AAG «é responsabilidade» do poder camarário.
Em declarações a O INTERIOR, Tomás Miguel revela a equipa que agora assume funções na Associação Académica «está farta dos poucos apoios e das inúmeras restrições que são impostas pela Câmara da Guarda» às iniciativas dos estudantes do Instituto Politécnico (IPG). O dirigente exemplifica e diz que a AAG «é obrigada a ter despesas extra desnecessariamente», como no caso da tenda que é preciso alugar para realizar a Semana do Caloiro e a Semana Académica, que têm decorrido no campus do IPG nos últimos anos. Natural de Almada, Tomás Miguel contrapõe que a comunidade estudantil contribui «com cerca de 1,4 milhões de euros» para a economia da cidade, pelo que esse apoio do município «é merecido e faz todo o sentido».
Recorde-se que as festas académicas já se realizaram em vários locais da cidade, entre os quais o parque municipal, o pavilhão do NERGA, o pavilhão do Estádio Municipal, a sede da Associação Académica, no acesso ao Instituto. Atualmente, Tomás Miguel refere que a AAG apenas pode realizar estes eventos no campus do IPG, «tendo em conta a indicação do município» na sequência das queixas da vizinhança do pavilhão do estádio municipal. «Ora, organizar um evento musical ao ar livre nesta altura do ano implica a aquisição de uma tenda, o que aumenta a despesa da Associação Académica», alerta o representante dos estudantes, que bate o pé e pede ajuda. «Se a autarquia não permite que os eventos sejam feitos nestes edifícios, então tem de nos disponibilizar um apoio financeiro para a realização da Semana Académica e do Caloiro», reclama.
Tomás Miguel adianta que, atualmente, o município ajuda a Associação Académica a realizar estes eventos com «uma verba» que, segundo o dirigente, «era aceitável, mas agora nestas circunstâncias não é viável» tendo em conta a necessidade de «alugar uma tenda». O líder da Academia não revelou números, mas estima que a verba disponibilizada pela autarquia não cobre «10 por cento da despesa total» da Semana do Caloiro, que vai decorrer de 13 a 16 de novembro. Problemas de tesouraria à parte, o dirigente estudantil aproveita também o momento para exigir ao município guardense que sejam criados «planos de retenção de talentos no interior» e que seja dada «mais importância aos estudantes do ensino superior». Para além das ajudas financeiras, em nome dos estudantes do Politécnico da Guarda, Tomás Miguel pede à Câmara «melhores linhas de transportes públicos para o IPG» e mais «oferta de trabalho qualificado» para que os jovens que se formam no IPG possam fixar-se na capital de distrito. «Até agora as respostas da Câmara Municipal são poucas. Temos pedido reuniões, mas ainda não foi possível reunir com o presidente Sérgio Costa, também ele um antigo estudante do Politécnico», recorda o responsável, que tomou posse na presidência da AAG no final de setembro.
Sofia Pereira