Sociedade

Os problemas continuam na cantina da Afonso de Albuquerque, na Guarda

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Escrito por Sofia Pereira

Há «muitos» funcionários de baixa médica que condiciona o serviço no refeitório

Uma vez mais e pelo segundo ano consecutivo, a cantina da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, na Guarda, continua a gerar problemas. O diretor do Agrupamento já pensou em «encerrar a escola» se não conseguir servir refeições.
Ora falamos em falta de profissionais, em falta de comida, ora em falta de tempo para fazer as refeições. São várias as queixas dos alunos, que são corroboradas pelo diretor do maior Agrupamento de Escolas do distrito, José Carvalho, para quem os problemas na escola resumem-se à «escassez de recursos humanos». Há alunos que se atrasam para as aulas tendo em conta o tempo que passam no refeitório na hora de almoço, há outros que comem em cafés na vizinhança e até há situações de jovens que acabam por não almoçar para estar nas aulas a tempo. José Carvalho diz que os constrangimentos no refeitório do liceu «têm vindo a acontecer com mais expressão» embora não seja uma questão exclusiva da Secundária Afonso de Albuquerque, visto que já houve «outro problema no refeitório da Escola Básica de Santa Clara», também na Guarda.
O diretor do Agrupamento admite que «não é um assunto novo» e avisa que «tem vindo a ser tratado em articulação com o município da Guarda». No entanto, são constrangimentos que ainda não foram «ultrapassados» e, para isso, é necessário «recrutar mais colaboradores de forma a reverter a situação atual». O responsável aponta a existência de «muitas trabalhadoras de baixa médica, mas o serviço na escola continua exatamente o mesmo, ou seja, as aulas não são interrompidas, temos vigilância para assegurar, refeições para servir, limpeza para realizar… Se tiver uma redução significativa dos colaboradores, como é o caso, obviamente que o trabalho recai sobre os que cá permanecem».
Há mais serviços a ser afetados para além do refeitório do liceu. O diretor do agrupamento confessa mesmo estar a fazer um «esforço considerável para não encerrar a escola» numa altura em que estão a decorrer «momentos de avaliação». Segundo José Carvalho, o município tem «perfeita consciência do que se passa» e está autorizado a «preceder à contratação de pessoal até ao limite dos rácios estabelecidos. Nós [Escola Secundária Afonso de Albuquerque] estamos acima desse rácio estabelecido, pelo que o nosso problema é o elevado número de colaboradores de baixa médica». De acordo com José Carvalho, o município está a tentar, «juntamente com o IEFP, encontrar soluções temporárias, nomeadamente POC’s (Programas Ocupacionais) – que não são uma solução, mas um remedeio».
Para além disso, o professor adianta que estará aberto um concurso para o «recrutamento de cozinheiros que é uma lacuna identificada há muito tempo».
Segundo o cozinheiro do município guardense, que «tem acompanhado o serviço de refeições da Afonso de Albuquerque», na cantina do liceu são precisos «sete colaboradores». José Carvalho especifica que nas últimas semanas tem estado a trabalhar com «quatro ou cinco pessoas» na cantina.

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Infiltrações na escola ainda não foram resolvidas

Relativamente aos problemas na Escola Secundária Afonso de Albuquerque em relação às inundações e infiltrações… esses também não são novos. Assim que chegam as primeiras chuvas à cidade mais alta já se sabe que poderá haver conflitos no antigo liceu da Guarda. Depois destes primeiros dias de chuva na cidade da Guarda já sentimos os «constrangimentos frequentes». Os problemas da Secundária Afonso de Albuquerque «já estão identificados. Houve uma opção na cobertura (no pavilhão e na zona da biblioteca) que agora se revela ser uma solução desadequada».
José Carvalho conta a O INTERIOR que, na semana passada, reportou à Construções Públicas (empresa responsável pelo edifício) que «mais de 50 por cento dos livros da biblioteca estão cobertos com plásticos e pela biblioteca estão espalhados baldes para apanhar água. Uma situação insustentável que não foi resolvida no verão porque o contrato com a antiga empresa cessou». Este ano o problema vai agravar-se devido à degradação da «caixilharia que também não é adequada».
O diretor do maior agrupamento do distrito admite que «ano após ano os problemas são cada vez maiores» e lembra que «estava anunciada uma grande manutenção» no edifício escolar, mas a ex-Parque Escolar (atual Construções Públicas), responsável pelo estabelecimento de ensino, «não vai dando andamentos sobre a intervenção e, enquanto isso não acontecer, vamos ter de andar sempre a remediar. O desconforto para os alunos é inevitável», acrescenta o diretor do agrupamento guardense, José Carvalho.

Sofia Pereira

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