Sociedade

Oito estudantes de Ciências Biomédicas, da UBI julgados por praxe violenta

Ubi
Escrito por Efigénia Marques

Oito estudantes de Ciências Biomédicas da Universidade da Beira Interior (UBI) vão ser julgados no caso da praxe violenta praticada em setembro de 2018 sobre dois caloiros.
A decisão instrutória data de 9 de maio e valida a prova carreada no despacho de acusação do Ministério Público (MP). Os arguidos, membros de um grupo intitulado “Dominus Praxis”, foram pronunciados, em coautoria e concurso efetivo, e na forma consumada, por dois crimes de sequestro agravado, dois crimes de ofensas à integridade física qualificada e dois crimes de coação agravada. Crimes puníveis, cada um deles, com pena de prisão superior a cinco anos. Os factos remontam à noite de 25 de setembro desse ano e ocorreram «no contexto de uma praxe académica», lembra a acusação. Na altura, os arguidos convidaram dois caloiros do seu curso para «beber um copo». Os ofendidos anuíram e acabaram por ser levados, em carros separados e com a cabeça coberta com capas académicas, para a serra. Ali chegados, os arguidos «retiraram-lhes os telemóveis e colocaram-nos junto de um penhasco, avisando-os de que se tentassem fugir seriam dali atirados, frisando que “ninguém queria um Meco II”».
Ainda segundo a acusação, de seguida, os caloiros terão sido obrigados «a baixar as calças e as cuecas e a colocar-se com as mãos e joelhos no chão, por forma a expor as respetivas zonas genitais aos ali presentes e, finalmente, agrediram-nos com uma pá metálica com 60 centímetros de comprimento». Foram ainda ameaçados de serem enfiados em sacos de plástico e atirados à ravina se denunciassem o que lhes tinha acontecido. Contudo, uma das vítimas acabaria por narrar o caso ao reitor da UBI que o denunciou ao Ministério Público, tendo a investigação ficado a cargo da PJ da Guarda. Na altura, a UBI apresentou queixa e abriu um processo de averiguações no âmbito da Comissão Disciplinar do Senado. Os oito arguidos vão ser julgados por um tribunal coletivo em Castelo Branco.

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Efigénia Marques

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