Sociedade

Nova ETAR do Torrão ajuda a despoluir Noeme

Escrito por Luís Martins

Águas do Vale do Tejo investiu 1,3 milhões de euros na modernização do equipamento, que tem agora mais capacidade de tratamento de águas residuais e industriais

A despoluição do rio Noeme, que nasce em Vale de Estrela (Guarda) e desagua no rio Côa, passou a ter uma ajuda importante com a reabertura da remodelada ETAR do Torrão, na periferia da Guarda.
O novo equipamento foi inaugurado no Dia Mundial do Ambiente, assinalado no passado dia 5, e implicou um investimento de cerca de 1,3 milhões de euros da empresa Águas do Vale do Tejo, verba cofinanciada em 85 por cento pelo POSEUR. A Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) serve parte da cidade e também a freguesia de Vale de Estrela, tendo a sua capacidade de tratamento sido reforçada de 4 mil para 10 mil habitantes-equivalentes. Também o nível de tratamento da ETAR passa a ser terciário, «garantindo a remoção de nutrientes (azoto e fósforo) para assegurar as exigências de descarga mais restritivas que resultaram da alteração da classificação do meio recetor, o rio Noeme, afluente do Côa, na bacia hidrográfica do rio Douro, agora classificada como zona sensível», adiantou o município.
Na cerimónia inaugural, o presidente das Águas do Vale do Tejo considerou que a obra transformou «uma ETAR do século XX numa estação de tratamento do século XXI dotada do mais moderno equipamento para cumprir os requisitos ambientais exigidos nesta área». Segundo José Sardinha, há agora no Torrão «uma ETAR ao nível das melhores da Europa» e que vai contribuir para a despoluição do Noeme tratando os efluentes domésticos e industriais de metade da cidade mais alta. Já Carlos Chaves Monteiro, presidente do município, congratulou-se com esta intervenção recordando que a estação de tratamento era «desadequada e tinha uma capacidade ultrapassada». Por isso, a sua entrada em funcionamento marca «o princípio» da despoluição do Noeme, garantiu o edil, sem adiantar um prazo para concretizar esse objetivo. Ainda assim, o autarca guardense sublinhou que «são infraestruturas destas que ajudam a corporizar o projeto da Guarda como cidade bioclimática».
Por sua vez, o secretário de Estado do Ambiente, João Ataíde, considerou que «é necessário rever equipamentos do século XX para cumprir critérios de qualidade da água, que tem que ser muito bem tratada por causa do risco de escassez». Mas o Dia Mundial do Ambiente começou na Castanheira, onde a comitiva inaugurou o novo reservatório elevado com capacidade para armazenar 250 metros cúbicos de água e resolver os problemas de falta dela naquela localidade e nas aldeias vizinhas de Rabaça e e Porto Morisco durante o Verão. A obra executada pela Águas do Vale do Tejo custou cerca de meio milhão de euros, também cofinanciados pelo POSEUR.

Bandeira Azul hasteada em Valhelhas

A jornada terminou na praia fluvial de Valhelhas, palco da primeira cerimónia nacional do hastear da Bandeira Azul, o que aconteceu pela primeira vez no interior do país.
O espaço de lazer tem cerca de 30 anos de existência e é uma das mais visitadas da região, obtendo há onze anos consecutivos esta distinção da Associação Bandeira Azul graças à qualidade da água e dos seus equipamentos de apoio. O secretário de Estado do Ambiente gostou do que viu e elogiou a «riqueza natural» da praia fluvial banhada pelo Zêzere.

7,5 milhões de euros para redes de água e saneamento até final do ano na Guarda

A Câmara da Guarda e a Águas do Vale do Tejo preveem investir 7,5 milhões de euros até final do ano em obras de ampliação da rede de água e de saneamento básico.
Segundo o vice-presidente da autarquia, Sérgio Costa, «estamos a falar em onze aldeias que, neste momento, estão com obras em abastecimento de água e 16 em saneamento básico». Grande parte do investimento necessário é cofinanciado por fundos comunitários, acrescentou o autarca. Relativamente ao abastecimento de água, Sérgio Costa lembra que, em 2013, quando o atual executivo social-democrata tomou posse, existiam cerca de 40 aldeias sem rede de água ao domicílio. «Cinco anos volvidos já só tínhamos 20 aldeias. E tudo isto com meios próprios do município e obras por administração direta. Com os nossos funcionários, conseguimos reduzir para metade o número de aldeias sem abastecimento de água», disse o vice-presidente do município, estimando que «até ao final deste mandato todas as aldeias do concelho tenham água ao domicílio».
Quanto ao saneamento básico, Sérgio Costa recordou que em 2013 havia 90 aldeias do concelho que não tinham rede de saneamento. «Em 2018 este número foi reduzido para 86 e no final deste ano esse número já só será apenas de 70» povoações rurais sem saneamento, vaticina Sérgio Costa.

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Luís Martins

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