O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que Portugal é «muito mais do que fragilidades ou erros», mas advertiu que não podem ser omitidos «novos ou velhos fracassos coletivos», nem «minimizadas corrupções, falências da justiça ou indignações».
Marcelo Rebelo de Sousa deixou esta mensagem no seu discurso na cerimónia do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Portalegre, perante os titulares dos diferentes órgãos de soberania, entre eles o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, António Costa.
Numa intervenção um pouco mais longa do que tem feito nestas cerimónias, o chefe de Estado falou sobre múltiplos casos de sucesso de portugueses no mundo, muitos dos quais são desconhecidos por parte da generalidade dos cidadãos nacionais.
Por sua vez, o presidente das Comemorações do Dia de Portugal em 2019 advertiu que a falta de esperança e as desigualdades de oportunidades podem dar origem a uma geração de adultos desencantados.
O jornalista João Miguel Tavares falou dos progressos registados pela democracia portuguesa, mas também, em paralelo, dos perigos resultantes de fenómenos como a corrupção, que «minam o ideal de meritocracia» e instalam o sentimento de que «o jogo está viciado».
«A integração na Europa do euro não correu como queríamos, construímos autoestradas onde não passam carros, traçámos planos grandiosos que nunca se cumpriram, afundámo-nos em dívida e ficámos a um passo da bancarrota. Três vezes – três vezes já – tivemos de pedir auxílio externo em 45 anos de democracia. É demasiado», declarou João Miguel Tavares, que é natural de Portalegre.
«Nós presidamos de sentir que contamos para alguma coisa (para além de pagar impostos)», disse também.