Municípios financiam candidatura do queijo Serra da Estrela a Património Cultural e Imaterial da Humanidade

Dezassete municípios assinam na sexta-feira um protocolo de cooperação para a elaboração da candidatura à UNESCO da salvaguarda do queijo Serra da Estrela.
«É a primeira vez que temos os municípios todos unidos a trabalhar num só objetivo, a salvaguarda do nosso queijo Serra da Estrela DOP, porque se não fizermos nada vai deixar de existir em poucos anos», diz o presidente da Cooperativa dos Produtores de Queijo da Serra (Estrelacoop). Joaquim Lé de Matos lembra que o objetivo da candidatura é classificar o fabrico artesanal desta iguaria como Património Cultural e Imaterial da Humanidade com vista «a salvaguardar toda a fileira do queijo, que pode desaparecer tem em conta, por exemplo, a idade dos pastores». Segundo o responsável, é por isso «urgente tornarmos esta atividade da agropastorícia rentável para os conseguirmos reter mais anos e para atrair outros mais jovens».
Outra salvaguarda necessária relaciona-se com o número de efetivos da raça autóctone da Serra da Estrela, que tem de ser ovelha Bordaleira ou Churra Mondegueira, porque, segundo os dados existentes, está a haver uma diminuição de ano para ano», alerta Lé de Matos. A candidatura terá coordenação técnica e científica liderada por Paulo Lima, que também foi responsável pelas candidaturas do Fado, do Cante Alentejano, do Fabrico de Chocalhos e da Morna, a música tradicional de Cabo Verde. Foram contactados os 18 municípios de toda esta região do Queijo Serra da Estrela e «só um ficou de fora – Arganil – por falta de resposta a todo o tipo de manifestações da Estrelacoop», esclarece o seu presidente.
Os 17 municípios subscritores vão assumir uma comparticipação, tal como a ANCOSE (Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela) e a EstrelaCoop, para financiar a candidatura «em quase 80 mil euros», adianta Joaquim Lé de Matos, que espera ter o dossier pronto em 2026. Antes, o queijo Serra da Estrela tem de estar registado na inventariação nacional do património cultural imaterial em Portugal, o que «deverá acontecer em 2025».