Sociedade

Medo de perder o emprego assusta mais os emigrantes do que o surto, garante Governo

Escrito por Luís Martins

Mais do que o receio da Covid-19, são as perdas no rendimento e o medo de perder o emprego que estão a levar muitos emigrantes a adiar a visita a Portugal neste Verão, de acordo com a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas.

Em entrevista à agência Lusa, Berta Nunes reiterou que «Portugal é um país seguro», com as fronteiras terrestres e aéreas abertas para os cidadãos que vivem no Espaço Schengen, e que «não é preciso fazer quarentena nem trazer um teste Covid-19 negativo».

A governante sublinhou não haver «neste momento em Portugal nenhuma transmissão comunitária do vírus que possa pôr em risco as pessoas. O risco será se as pessoas não cumprirem as medidas» de segurança, como o uso de máscara, distanciamento social e higienização. Berta Nunes disse ainda que o aumento da população nas aldeias portuguesas, que tradicionalmente acontece no Verão devido à vinda dos emigrantes, não levanta questões maiores em termos de saúde pública.

Mas a secretária de Estado calcula que este aumento da população não deverá ser tão significativo como nos anos anteriores, porque «alguns portugueses estão a ser pressionados para ficar» pelos patrões. Devido à pandemia, especificou, «as pessoas ficaram em “lay-off”, ou mecanismos semelhantes, e por isso perderam alguns rendimentos», além de outros trabalhos que asseguravam pontualmente para amealharem mais dinheiro e poderem voltar para Portugal.

«Esta situação de perda de rendimentos é também uma das razões por que algumas pessoas não vêm a Portugal. Porque isso também implica custos e agora não estarão em condições de ter esses custos acrescidos, embora gostassem de vir», referiu. Por outro lado, Berta Nunes tomou conhecimento de que alguns patrões, nomeadamente na Suíça e Alemanha, estão a dizer aos trabalhadores que se tiverem de fazer quarentena no regresso podem ficar sem o trabalho ou não lhes ser pago o período da quarentena.

Sobre o autor

Luís Martins

Leave a Reply