Há dezanove anos a Guarda viveu ao ritmo de uma inauguração por mês por causa das comemorações dos 800 anos de atribuição do foral à cidade pelo rei D. Sancho I.
A Câmara então presidida pela socialista Maria do Carmo Borges cortou a fita em equipamentos públicos, espaços culturais e sociais, estradas, jardins e numa escola. As cerimónias contaram quase sempre com a presença de membros do Governo de António Guterres. Foi assim com a abertura das piscinas municipais, inauguradas pelo então ministro do Ambiente José Sócrates ou do Paço da Cultura, por António José Seguro, na altura ajunto do primeiro-ministro. Nesse ano, o ministro dos Assuntos Parlamentares António Costa também veio à Guarda inaugurar o Jardim dos Delírios e a João Cravinho, ministro do Equipamento, coube a segunda fase da VICEG (Via de Cintura Externa da Guarda). O secretário de Estado da Administração Educativa Guilherme de Oliveira Martins apadrinhou a Escola Carolina Beatriz Ângelo.
Num ano em que o município não teve mãos a medir foram também inauguradas a estrada municipal para o Alvendre, a helipista do Hospital Sousa Martins, o Cibercentro na Praça Velha (hoje Junta de Freguesia da Guarda), o jardim de infância do Bairro da Luz, a requalificação dos antigos Paços do Concelho, o centro de interpretação do Parque Natural da Serra da Estrela (hoje encerrado), a reabilitação do jardim do Quintal Medroso e o Centro Social e Cultural de S. Miguel, que foi sede da extinta Junta de Freguesia de S. Miguel. Todas estas obras têm em comum Maria do Carmo Borges. Passados 19 anos, a ex-presidente da Câmara lamenta que algumas delas já não tenham a função para que foram criadas e que outras estão degradadas e «votadas ao abandono», caso do Jardim dos Delírios.
Nos 819 anos da Guarda a antiga autarca gostaria de ver concretizado o Quarteirão das Artes e os Passadiços do Mondego, para «que tragam muita gente à Guarda».
Maria do Carmo Borges espera também que a candidatura a Capital da Cultura em 2027 se concretize porque «há muitos anos que, na Guarda, se investiu na Cultura, uma área onde se deve continuar a investir de forma mais ambiciosa».
A histórica socialista aguarda igualmente pela concretização da Alameda da Ti´Jaquina, um projeto que não conseguiu concluir apesar de «ter trabalhado muito para o construir». Mais polémica, a ex-autarca quer ver anunciado no próximo ano «muito mais emprego e a instalação de novas empresas na plataforma logística, não apenas as que se mudaram para lá». Maria do Carmo Borges, hoje afastada da política, considera que não está «a pedir muito»: «Basta-me ver que as coisas estão a andar no próximo ano, não estou a pedir inaugurações», esclarece, não sem antes «felicitar o Governo» pela conclusão da modernização da Linha da Beira Baixa, pela criação da plataforma ferroviária na Guarda, pela construção da variante à Sequeira, entre a VICEG e o Bairro Nª Sra. de Fátima e pelo desfecho do caso do Hotel Turismo. «Espero que seja uma realidade a curto prazo», afirma.