Sociedade

Maioria e oposição mantêm divergências sobre orçamento da Câmara da Guarda

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Escrito por Carina Fernandes

A Câmara da Guarda continua sem orçamento aprovado para 2024, mau grado as reuniões realizadas na semana passada entre o presidente independente Sérgio Costa, em minoria no executivo, e os vereadores do PSD e PS. As posições permanecem inconciliáveis e não se vislumbram consensos quanto a uma nova proposta orçamental dos eleitos do movimento “Pela Guarda”.

Falhada a primeira tentativa de convergência, Sérgio Costa reitera que o orçamento chumbado pela oposição há quinze dias está «muito bem elaborado» e até será «o melhor que elaborei até hoje». No final da reunião quinzenal do executivo, realizada excecionalmente na quinta-feira, o presidente do município recorreu à sabedoria popular para classificar o impasse que se vive. «“Até ao lavar dos cestos é vindima”. Este é um orçamento que permite termos os instrumentos necessários para implementar os investimentos necessários para os próximos anos com os fundos comunitários. É esse caminho que vamos continuar a percorrer custe o custar, doa a quem doer», sublinhou, afirmando que a preocupação do PG é «a Guarda e não qualquer interesse partidário, pessoal ou qualquer clientelismo».

«O repto que lançamos é se a oposição se quer juntar a este desenvolvimento ou se se quer afastar. Aquilo que humildemente pedimos é que se aproximem para nos podermos articular todos na prossecução deste grande objetivo que é o desenvolvimento da Guarda», acrescentou, garantindo que «todos os cenários estão ainda em aberto» e que «estamos sempre a tempo de aprovar orçamento» para 2024. O mesmo pensa Carlos Chaves Monteiro, mas não a mesma proposta. «A pressa de fazer as coisas foi tanta que não era viável transformar um mau orçamento em bom, isso era o que desejávamos. Mas não há solução, a que existe é o orçamento chumbado», declarou o social-democrata.

Por isso, à falta de alternativas, o vereador sugeriu que na reunião da passada quarta-feira se poderiam ter discutido «soluções legais» para ultrapassar o impasse. «A lei permite que, para um orçamento com atraso na sua aprovação, seja possível aprovar o orçamento que está em execução para o ano seguinte com modificações. Essa poderia ser uma solução de consenso para 2024», considerou Chaves Monteiro, para quem, «a partir de agora, o presidente olha para a oposição de uma forma diferente, o que devia ter feito desde o início do mandato era perceber que está em minoria no executivo». O eleito do PSD reitera que a oposição «não está aqui para cercear a atividade do executivo», mas não abdica de «ver plasmados investimentos concretos para promover a fixação de pessoas e de empresas, e não políticas de subsidiodependência com o objetivo de ganhar eleições».

Para Adelaide Campos, a posição do PS mantém-se inalterada. «Achamos que era do mais elementar bom senso que os senhores vereadores do PG tomassem atenção àquilo que estamos a dizer, que dessem uma abertura para concretizar todas as propostas da Assembleia Municipal e algumas feitas na reunião do executivo para se poder alterar as coisas». A vereadora socialista admitiu que «isto não se faz em dez dias, inclusivamente dissemos que se se começasse a concretizar as medidas aprovadas na AM, eventualmente com uma revisão orçamental, poderíamos pensar numa segunda hipótese. Além disso, a nossa posição tem muito a ver com o passado, com a falta de concretização e de cumprimento das promessas feitas pelo PG».

Luís Martins.

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Carina Fernandes

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