A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) exige que o Governo apresente, num prazo máximo de 15 dias, medidas que mitiguem o impacto do aumento do preço dos combustíveis no orçamento das corporações.
O prazo foi fixado numa proposta aprovada por unanimidade pelo Conselho Nacional da LBP, reunido recentemente na Figueira da Foz. A liga promete convocar um Conselho Nacional extraordinário «para análise, discussão e tomadas de medidas excecionais e com impacto público», caso não haja resposta do Governo no tempo exigido, lê-se um comunicado. A estrutura representativa dos bombeiros portugueses já tinha lamentado que o Governo «ainda não tenha encontrado uma solução» para minimizar «o impacto brutal» do aumento do preço dos combustíveis nas corporações.
O seu presidente, António Nunes, afirmou mesmo que os ministérios da Administração Interna e da Saúde sabem quais são as dificuldades dos bombeiros e conhecem as propostas da LBP para que consigam resistir ao aumento do preço dos combustíveis. Estas incluem medidas equivalentes aos transportes públicos, acesso ao gasóleo verde e a assinatura do despacho acordado entre a Liga e o Ministério da Saúde em novembro de 2021 para o transporte não urgente de doentes, que revia a tabela de 2012.
Segundo António Nunes, «está quase a chegar» o momento em que as corporações de bombeiros «vão deixar de ter capacidade para pagar os combustíveis aos fornecedores».
Quanto à transferência feita em março pelo Ministério da Administração Interna de 1.500 euros para cada corporação a título de compensação transitória da comparticipação com encargos com combustíveis, o dirigente afirmou que se tratou de «uma dívida que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil tinha com os bombeiros».