Sociedade

Joaquim Brigas inicia novo ciclo no IPG

Escrito por Luís Martins

O novo presidente do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) avisa que o «futuro promissor» da instituição só acontecerá com o envolvimento da comunidade académica, da cidade e da região para fazer da instituição «um centro de oportunidades mais atrativo, com mais alunos e mais interventivo».

Joaquim Brigas, de 58 anos, tomou posse na segunda-feira e no seu discurso afirmou que está «extremamente empenhado e motivado para contribuir de forma enérgica para a afirmação do IPG». O mandato que agora se inicia terá nas pessoas, comunicação e sociedade os seus «pilares» fundamentais. No primeiro caso, o sucessor de Constantino Rei sublinhou que «só fará a diferença» quem investir no seu desenvolvimento e formação profissional e anunciou que o Instituto vai investir na qualificação de docentes e funcionários. Reforçar o domínio de línguas estrangeiras, nomeadamente o inglês, é outra das apostas a implementar nos próximos quatro anos. O presidente também quer criar um gabinete de apoio à gestão integral de projetos de investigação e estabelecer novas parcerias com centros de investigação de referência. Tudo para trabalhar «novas linhas de interesse estratégico» para a sociedade e para o IPG.
Já para os estudantes anunciou a criação de um gabinete de inserção no mercado de trabalho e a intenção de aumentar o número de quartos em residências. Na área da comunicação, Joaquim Brigas considerou que «o desconhecimento é o primeiro sinal da inexistência», pelo que «é preciso mais e melhor» comunicação para o sucesso do IPG e para «revigorar» a sua imagem pública. O professor comprometeu-se também a apostar «no reforço, criação e adequação da oferta formativa por medida, cursos técnicos superiores profissionais, licenciaturas, formação pós-graduada e contínua, além da formação à distância, não esquecendo nunca as necessidades da nossa região». Para tal, serão ouvidas autarquias, o tecido empresarial, social e cultural do distrito. «Com estas medidas pretendemos incrementar o número de alunos», acrescentou, sublinhando que a internacionalização é «o caminho a trilhar».
«Tudo faremos por um IPG mais visível, capaz de atrair mais alunos, e reafirmando-o como uma instituição da sociedade e para a sociedade, pois a sua génese e atividade estão extremamente comprometidas com o desenvolvimento social, económico e cultural desta região», assumiu Joaquim Brigas, para quem «só honraremos tal missão com a apresentação de resultados». O responsável escolheu um único vice-presidente – eram dois até agora –, o docente na área da Engenharia Civil da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) Carlos Rodrigues. Já Nélia Martins, atual responsável pela contabilidade e chefe da Divisão Financeira, é a nova administradora do IPG.

Presidente da AAG critica Constantino Rei

João Nunes, presidente da Associação Académica da Guarda (AAG), deu um autêntico murro na mesa na sessão solene de abertura do ano académico.
O dirigente começou por queixar-se do «valor elevado» das propinas e das tarifas dos Serviços Sociais, mas também do material «obsoleto» nas salas de aulas. Depois apontou o dedo ao presidente cessante, dizendo «não perceber porque não houve uma nova licenciatura nos últimos dez anos». Na sua opinião, «muito mais poderia ter sido feito para hoje podermos estar tranquilos» e acrescentou que o segundo mandato de Constantino Rei «em nada contribuiu para o IPG, não passou de um sonho». João Nunes também desafiou Álvaro Amaro, presidente da Câmara da Guarda, ao afirmar que «a política deve ficar ao portão» do Instituto, tendo reclamado por um serviço de transporte público que sirva melhor os estudantes. O presidente da AAG sugeriu ainda a instalação no campus do IPG do futuro pavilhão multiusos, que o município tenciona construir, e garantiu ao novo presidente do Politécnico a disponibilidade da Associação Académica para «construir pontes que tragam tranquilidade e crescimento» ao Politécnico.
Por sua vez, Álvaro Amaro destacou a «perseverança» de Joaquim Brigas, que foi eleito presidente à terceira tentativa, e disse esperar que o novo dirigente ponha a sua «capacidade de luta, determinação e ação» ao serviço do Instituto. «É preciso mais IPG na vida da cidade», concluiu o autarca, que manifestou o «empenho» da Câmara em cooperar e ajudar o IPG a crescer. Quanto à sugestão da AAG, Álvaro Amaro garantiu que está fora de questão construir multiusos no campus. Já o presidente cessante escusou-se a fazer um balanço da sua liderança: «Deixo essa avaliação para cada um», declarou Constantino Rei, enquanto José Alves, presidente do Conselho Geral, destacou ser este o início de um mandato que «todos desejamos profícuo e mobilizador, a bem da região e da comunidade». Na sessão participou ainda João Queiroz, diretor-geral do Ensino Superior.

Quem é o novo presidente do IPG

Joaquim Brigas é docente da Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto (ESECD). Licenciado em Geografia, mestre em Geografia Física, doutor em Publicidade e Relações Públicas e especialista universitário em Publicidade, Marketing e Consumo, tem 58 anos e foi diretor da antiga Escola Superior de Educação (ESE) entre 1998 e 2009. Está no IPG desde outubro de 1988 e possui diploma de Estudos Avançados em Jornalismo pela Universidade Pontifícia de Salamanca. Concorreu pela terceira vez à presidência do Politécnico, tendo sido eleito no final de outubro, a segunda volta, com 17 votos contra 14 de Gonçalo Poeta Fernandes, vice-presidente cessante. Passear de bicicleta e de mota pelas paisagens da região, bem como ler e praticar desporto são os seus hobbies.

Sobre o autor

Luís Martins

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