Sociedade

IPG quer ser «referência» no desenvolvimento da Guarda

Ipg
Escrito por Luís Martins

Politécnico pretende construir Escola Superior de Saúde e nova residência de estudantes no campus do Zambito

O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) vai candidatar aos fundos comunitários a construção de uma Escola Superior de Saúde e de uma residência de estudantes no campus do Zambito. O anúncio foi feito por Joaquim Brigas, presidente do IPG, na sessão solene de abertura do ano letivo, realizada na sexta-feira.
«Estamos a dar o nosso melhor em candidaturas a verbas europeias para a construção destes equipamentos», afirmou o responsável, segundo o qual a instituição está também mobilizada para propor novas formações que correspondam «às necessidades reais da região e do país». Exemplo disso serão os projetos de investigação e formação em curso nas áreas da intervenção social, da logística, da biotecnologia, da sustentabilidade e das competências digitais. Joaquim Brigas não esqueceu as conquistas dos últimos anos, nomeadamente o crescimento em termos de alunos, e revelou outras prioridades para o último ano deste mandato, garantindo que o IPG vai continuar «a trabalhar para valorizar a qualidade do seu ensino e a pertinência da sua produção científica».
Neste balanço dos últimos três anos, o presidente do Politécnico não esqueceu os tempos «particularmente difíceis» que o Instituto viveu em consequência da pandemia, do «agravamento do subfinanciamento crónico» por parte do Estado e a persistência das «grandes dificuldades em encontrar alojamento acessível e de qualidade para muitos estudantes que nos escolhem e que se veem obrigados a rumar a outras paragens por falta de residências estudantis». Nesse sentido, comprometeu-se «a lutar» para obter «mais e melhores residências» para que se possam fixar na Guarda. Quanto aos professores, assegurou que serão abertos concursos para a sua progressão na carreira, no que disse ser «uma forma mais do que justa» de corresponder ao seu «trabalho e esforço académico» nestes últimos anos.
O responsável assumiu também que o Politécnico quer «consolidar-se como uma referência» do desenvolvimento do distrito da Guarda e do interior e, para tal, tentará ser «o agente de união e de interação que liga os diferentes lugares e protagonistas políticos, económicos, sociais e culturais da região». Assim, outro desafio da instituição vai ser «contrapor, de forma fundamentada, todos aqueles que defendem que o Estado central deve investir ainda menos no interior e concentrar todos os investimentos na faixa litoral». Para Joaquim Brigas, o que o país precisa é «exatamente do contrário» e que «todos os partidos renovem com o interior os compromissos que assumiram em 2017, na sequência dos grandes incêndios desse ano», defendeu.
Durante a sessão solene foram distinguidos professores e alunos, e homenageados funcionários, tendo sido também apresentado o novo site e a nova imagem corporativa do IPG. Presente na abertura solene do ano letivo, o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, João Sobrinho Teixeira, anunciou que há 375 milhões de euros para residências e cujo processo deverá encerrar esta semana para começar a receber candidaturas. Já o presidente do Conselho Geral, Fernando Carvalho Rodrigues, questionou «a construção de uma terceira ponte no Porto» quando no interior, nomeadamente na Guarda, «o hospital não tem gente e é difícil ter professores» no IPG. «Talvez fosse mais interessante, em vez de fazer estradas, pagar mais dinheiro para os internos ficarem no Hospital da Guarda, talvez fosse mais interessante pagar a estadia aos alunos aqui ou, no limite, ter dinheiro para contratar prémios Nobel para dar aulas aqui», sugeriu o cientista.

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