O Laboratório Colaborativo em Logística – CoLAB LogIN, criado pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG), foi aprovado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e conseguiu um financiamento de 1,3 milhões de euros.
O projeto que envolve empresas multinacionais do setor a operar na Guarda e a Associação Portuguesa dos Transitários obteve a segunda nota mais alta entre as propostas aprovadas para financiamento. «Na avaliação, a visão estratégica do projeto foi considerada “excelente”. O CoLAB LogIN vai investigar as redes e os fluxos logísticos da região da Guarda e do país com o exterior», adianta o IPG em comunicado enviado a O INTERIOR. Classificado na terceira posição entre as 19 propostas apresentadas e com uma classificação de 14 valores em 15 possíveis, a iniciativa junta a academia e o “know-how” empresarial e tecnológico de cerca de 20 entidades públicas e privadas da área da logística.
O CoLAB LogIN irá dar prioridade «à investigação da intermodalidade nos transportes, conjugando o estudo dos transportes terrestres – rodoviário e ferroviário – com a sua articulação com os meios aéreos e, sobretudo, marítimos», já que o laboratório tem como parceiro estratégico a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL). Paralelamente, a oferta formativa do IPG irá preparar quadros profissionais qualificados para as empresas que, «a curto e médio prazo, se irão instalar e começar a operar no porto seco previsto para a Guarda», o primeiro do país, lembra o Politécnico, acrescentando que já leciona um curso técnico superior profissional e uma pós-graduação em logística.
«É muito prestigiante para o Politécnico da Guarda obter uma das classificações mais altas nos júris internacionais que avaliam os projetos enviados à FCT», reconhece Joaquim Brigas. Para o presidente do IPG, é também «um excelente resultado para um IPG que, nos últimos anos, assumiu como uma das suas principais missões ser um polo de desenvolvimento da sua região e do país, em estreita ligação com empresas inovadoras da região e com multinacionais globais». Por sua vez, André Sá, professor do Politécnico e coordenador da candidatura, afirma que «o verdadeiro trabalho começa agora entre todas as entidades, académicas e empresariais», desta parceria. «O júri internacional elogiou muito o projeto, considerando que tem capacidade e reúne competências para tornar a Guarda um centro nacional e europeu de transferência de inovação na área da logística», acrescenta o docente.
Além da APDL, o CoLAB LogIN envolve a Infraestruturas de Portugal e a Câmara Municipal da Guarda, sendo parceiro científico o Centre for Informatics and Systems (CISUC) da Universidade de Coimbra. Já entre os parceiros empresariais estão a Coficab, Sodecia, ACI, Olano Portugal, Transportes Bernardo Marques, R2TIR e TIR2RENT, sediados na Guarda, bem como a Associação dos Transitários de Portugal, a Associação Empresarial da Região da Guarda (NERGA). O projeto envolve ainda as empresas tecnológicas InovaRia – Rede de Inovação em Aveiro, a WaveCom e a Stratio Automotive. O IPG conta ainda com o envolvimento do Conselho Português de Carregadores (CPC), da Associação Portuguesa de Logística (APLOG), da APP – Portos de Portugal, da Zona de Atividades Logísticas de Salamanca (Zaldesa), da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AGEPOR) e da Europlatforms – Associação Europeia de Plataformas Logísticas.
Câmara da Guarda congratula-se com decisão
«A partir da Guarda vão ser produzidas novas tecnologias, podem desenvolver-se vários produtos ligados ao ramo da logística… da Guarda para a região, para o país, para a Europa e para o mundo. Foi esse o objetivo primeiro da criação deste laboratório. Agora o grande desafio será para que comece a funcionar o quanto antes», afirma Sérgio Costa.
O presidente da Câmara da Guarda recebeu a notícia da aprovação da candidatura do CoLAB LogIN com «muita satisfação», sublinhando que a autarquia «apadrinhou o projeto desde a primeira hora» e nele tem uma participação social «ativa». Segundo o autarca, ficou «uma vez mais demonstrado que a união faz a força e foi com todos a remar para o mesmo lado» que o projeto passou pelo crivo da FCT. Sérgio Costa acrescenta a importância da iniciativa para o futuro porto seco e destaca a colaboração da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, e do ex-ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor, para levar o projeto deste laboratório colaborativo «a bom porto».