A Inspeção-Geral da Saúde (IGAS) abriu um processo de averiguações ao caso do homem que viu a perna direita ser amputada, no Hospital de Viseu, após ter tido um acidente com uma rebarbadora, a 26 de agosto, em Celorico da Beira, e ter viajado entre dois hospitais, numa viagem de cerca de 100 quilómetros.
A notícia avançada pelo semanário “Expresso” denunciava que o homem, «com uma rebarbadora agarrada à perna», foi enviado para o Hospital da Guarda, onde não há médicos de cirurgia vascular. Depois de estabilizado, foi então transferido para o Hospital de Viseu, «ainda com a máquina agarrada» ao corpo. «O homem andou para trás, para só depois ser enviado para o único hospital da região onde poderia ser devidamente assistido», escreveu o semanário. O homem, de 50 anos, acabou por ser amputado à perna direita devido à retirada tardia da máquina do membro, noticiou agora a SIC Notícias. Ainda se encontra internado no hospital.
A abertura do processo acontece depois de as associações de técnicos de emergência médica e de bombeiros e agentes de proteção civil terem reiterado a preocupação com as falhas na assistência prestada pelo INEM e insistiram na necessidade de uma comissão parlamentar de inquérito. «Sendo o segundo caso de que temos conhecimento no espaço de uma semana, este, que muito lamentamos, sustenta de forma inequívoca, a incapacidade e inoperacionalidade do dito SIEM [Sistema Integrado de Emergência Médica], promovendo a transformação daquilo que deveriam ser Serviços Médicos de Emergência em prestações de socorro de má qualidade», referiram as associações Fénix e ANTEM à agência Lusa.