A Guarda vai acolher o novo Comando da Unidade de Emergência, Proteção e Socorro da GNR, que ficará nas antigas instalações da Infraestruturas de Portugal (IP), na Avenida Francisco Sá Carneiro, que serão alvo de obras de requalificação.
A decisão é do Ministério da Administração Interna (MAI) e foi revelada por Carlos Chaves Monteiro na reunião de Câmara da última segunda-feira. Trata-se de um organismo de âmbito nacional, que vai suceder aos Grupos de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, e que vem para a Guarda porque o respetivo decreto-lei determina a sua instalação em regiões de baixa densidade. «As negociações com o MAI concluíram-se agora, soubemos da decisão na passada quinta-feira, mas já têm mais de um ano», frisou o autarca aos jornalistas no final da sessão. O edil disse também que ainda não há prazo para a instalação deste Comando na cidade mais alta, onde deverá contar «com cerca de 50 elementos na fase inicial e um total de 100 posteriormente, entre oficiais e guardas».
Entretanto, o município vai «ajudar na requalificação» dos edifícios mais antigos da antiga sede da IP, sendo aproveitado parte do edifício novo, para onde se transferiu recentemente a delegação da Guarda do Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT). «Atualmente estão a decorrer contactos entre a Infraestruturas de Portugal e a GNR por causa da cedência de instalações, mas há vontade política para concretizar este comando nacional vocacionado para a proteção civil na Guarda», sublinhou Chaves Monteiro. O edil acrescentou que também a criação do Centro Nacional de Educação Rodoviária está «a ser preparada com o Instituto Politécnico e a seu tempo será apresentado aos guardenses».
E reiterou que a Guarda «tem interesse e tudo fará» para manter o comando da Proteção Civil no âmbito da futura reforma do setor que vai criar comandos sub-regionais. Para Pedro Fonseca, vereador do PS, esta decisão do Governo é «um exemplo de como o setor público pode dar um contributo importante» para o interior e vem reforçar «a capitalidade» da Guarda no contexto regional. Nesta sessão, o executivo aprovou por unanimidade a aquisição de duas casas degradadas na Praça Velha para acolherem serviços e espaços culturais após serem recuperadas. O presidente da Câmara adiantou que o negócio implicou o pagamento de 210 mil euros pelos imóveis contíguos aos antigos Paços do Concelho, onde funciona a sede da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela.
A área total de construção é de 380 metros quadrados. O objetivo é requalificar os edifícios a partir de «setembro ou outubro» para que a parte do rés-do-chão seja concessionada à economia privada e a parte superior seja vocacionada para espaço museológico ou cultural. «As pessoas têm que fruir o centro da cidade e para que isso aconteça é preciso haver espaços de atração à zona histórica, e é isso que queremos fazer com esta aquisição», considerou Chaves Monteiro. Os dois eleitos socialistas votaram favoravelmente este ponto por considerarem que é «um fator positivo» para a dinamização do centro histórico. Contudo, Eduardo Brito voltou a insistir que a Guarda precisa de «uma estratégia de fôlego e a longo prazo» para aquela zona. «O centro histórico, que é a joia da coroa da Guarda, merece uma envolvência entre o investimento público e o investimento privado», afirmou o vereador da oposição, lamentando que o município não instale ali uma incubadora de empresas para os jovens. Na resposta, Carlos Chaves Monteiro declarou que a Câmara também está a trabalhar nesse projeto, que será apresentado «a seu tempo».
Câmara preocupada com atrasos no Hotel Turismo
Na segunda-feira, o executivo manifestou preocupação com o andamento da requalificação do Hotel Turismo.
O assunto foi abordado por Eduardo Brito, que admitiu que «gostaríamos de ver um estilo mais rápido» na intervenção, apesar de reconhecer que a MRG está dentro dos prazos» do contrato. Uma opinião partilhada por Carlos Chaves Monteiro, para quem este compasso terá a ver com o facto do grupo empresarial estar a tentar encontrar soluções para ocupar os 49 por cento de área que não se destinam a hotel. «Há um potencial investidor na área da saúde e a Câmara vai sugerir que parte desse espaço possa também ser aproveitado para criar, eventualmente, uma residência de estudantes, mas o projeto é de iniciativa privada. Ao município compete dar todas as condições para que avance no mais curto espaço de tempo porque somos facilitadores do investimento», referiu o edil guardense. Entretanto, a autarquia anunciou para segunda-feira, pelas 15 horas, a inauguração da piscina natural da barragem do Caldeirão.