Sociedade

Guarda perdeu 3.572 habitantes desde 2011

Escrito por Sofia Craveiro

Segundo as estimativas reveladas esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), todos os concelhos do distrito da Guarda e das Beiras e Serra da Estrela perderam residentes

O despovoamento do país é um dado adquirido e, de ano para ano, os resultados estatísticos comprovam que as maiores cidades do litoral atraem cada vez mais gente em detrimento do interior. Entre 2011 e 2019 Portugal terá perdido cerca de 246.500 habitantes, ou seja, um decréscimo de cerca de 2,34 por cento da população residente, segundo as estimativas reveladas esta semana pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Mais, de acordo com um estudo do “Jornal de Negócios”, em 86 por cento dos concelhos portugueses (264) a população portuguesa diminuiu.

No que concerne à região, sem surpresa, todos os concelhos perderam residentes nestes últimos oito anos. No distrito da Guarda, em 2019, o concelho da capital de distrito tinha 38.969 habitantes, menos 8,3 por cento do que nos Censos de 2011 e menos 3,9 por cento que as projeções do INE em 2014. Aliás, entre as capitais de distrito do país apenas Portalegre (-9,9 por cento face a 2011) perdeu mais residentes que a Guarda. Ou seja, o concelho guardense passou de 42.541 residentes em 2011 para 38.969 em 2019. Mas o despovoamento nos demais municípios do distrito foi muito mais efetivo.

Vila Nova de Foz Côa perdeu, face a 2011, cerca de 9,9 por cento e 5,7 por cento comparativamente a 2014, tendo 6503 residentes em 2019. Na Mêda há agora 4.587 residentes, -10,38 por cento que em 2011 e -5,7% que em 2014. Já Figueira de Castelo Rodrigo perdeu em relação aos Censos de 2011 10,2 por cento de residentes e 6,8 por cento em relação a 2014, tendo em 2019 5.584 residentes. Pinhel passou a ter 8.511 residentes, menos 10,4 por cento que em 2011 e -6,3 por cento que em 2014. Em Trancoso havia no ano passado 8.875 residentes, -9,5 por cento que em 2011 e -5,6 por cento que em 2014. Já o concelho de Aguiar da Beira perdeu 14 por cento cento face a 2011 e 9,1 por cento relativamente a 2014, tendo 4.652 habitantes em 2019. Fornos de Algodres perdeu 8,8 por cento em relação aos Censos de 2011 e 6 por cento face às projeções de 2014, tendo 4.528 habitantes em 2019. Entre os concelhos da “corda da Serra”, Seia tinha em 2019 22.234 habitantes, -9,1 por cento do que em 2011 e -5,4 por cento que em 2014, enquanto Gouveia perdeu 10,8 por cento face a 2011 e 6,6 por cento relativamente a 2014, tendo 12.387 residentes.

Mais afetados pelo despovoamento foram os concelhos da raia com Almeida a passar a contar 5.830 residentes, -17,4 por cento que em 2011 e -9,8 por cento que em 2014. O Sabugal desceu para 10.585 residentes, -14,3 por cento que em 2011 e -9,4 por cento que em 2014; e Penamacor tinha no último ano 4.755 pessoas, menos 14 por cento que em 2011. Celorico da Beira perdeu 8,9 por cento da sua população face a 2011 e tinha em 2019 6.928 habitantes, enquanto Manteigas passou a ter 3.007 habitantes, menos 11,5 por cento que em 2011.

Também a Covilhã continua a perder população e em 2019 tinha 46.787 habitantes, -8,6 por cento que em 2011 e -4,8 por cento que em 2014. O concelho do Fundão perdeu face a 2011 8,4 por cento e 5,08 por cento face a 2014, ficando em 2019 com 26.495 residentes. Enquanto Belmonte tinha em 2019 6.398 residentes, -6 por cento que em 2011 e -2,7 por cento que em 2014.

Se o período em análise ficou marcado pela crise, a presença da “troika” ou a emigração, os dados confirmam o despovoamento generalizado por todo o país, com exceção dos concelhos do litoral. Os concelhos de maior crescimento foram mesmo Alcochete (10,4 por cento), Montijo (10 por cento) e Odivelas (9,6 por cento). Já o concelho que perdeu mais população foi Alcoutim (-23,3 por cento). E, tal como Almeida, também os municípios de Gavião, Nisa e Mora, no Alentejo, e Castanheira de Pêra e Idanha-a-Nova perderam mais de 15 por cento da sua população em oito anos.

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Sofia Craveiro

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