A petição iniciada pelos alunos de Medicina – que reivindica a possibilidade de realização da Prova Nacional de Acesso à Formação Especializada (PNAFE) em todas as escolas médicas do país – está perto de atingir as cinco mil assinaturas (4.969 à hora do fecho desta edição).
Esta iniciativa surgiu após ter sido anunciado que a PNAFE deixaria de poder ser realizada na Covilhã e em Braga, obrigando a que os estudantes destas regiões se desloquem a Coimbra, Porto ou Lisboa. Os alunos da Universidade da Beira Interior (UBI) rapidamente se manifestaram contra esta alteração criando – em conjunto com os núcleos de estudantes de outras universidades e a Associação Nacional de Estudantes de Medicina – uma petição para reverter a medida (disponível em https://peticaopublica.com/?pi=ANEM), além de terem divulgado uma carta aberta dirigida às autoridades competentes. A «uniformização» das condições de realização da prova e uma «vigilância mais apertada» são as razões apontadas pelo Gabinete de Prova Nacional de Acesso para esta mudança.
Estes argumentos são criticados por Francisco Capinha, presidente do MedUBI – Núcleo de Estudantes de Medicina da Universidade da Beira Interior (ver entrevista na página 2). O dirigente afirma que «os alunos da UBI estão revoltados porque sentem que, mais uma vez, estão a ser postos de parte. Estamos a ser discriminados por uma medida que é centralista». Após a graduação de seis anos em Medicina, os alunos têm de realizar a PNAFE para poderem ingressar na formação especializada necessária para o exercício da profissão. Em Portugal existem oito escolas médicas distribuídas por Braga, Porto, Covilhã, Coimbra, Lisboa e Faro, além de ciclos básicos nas regiões autónomas. A partir de agora – e caso a medida não seja revertida – será apenas possível realizar a prova decisiva no Porto, Coimbra, Lisboa, Funchal e Ponta Delgada.