Sociedade

Futuro do Hotel Turismo pode estar no plano de revitalização da Serra da Estrela

Foto Hotel
Escrito por Efigénia Marques

Relatório sobre prejuízos do grande incêndio de agosto ficou concluído no início desta semana e será conhecido depois de aprovado em Conselho de Ministros

A secretária de Estado do Turismo Rita Marques admitiu que a solução para o Hotel Turismo da Guarda «poderá não passar pela abertura de um novo concurso ou pela devolução do edifício à autarquia».
Segundo a governante, «a tutela está a trabalhar com o município para identificar outras soluções que possam criar postos de trabalho, entregando aquele ativo a um operador económico que saiba cuidar dele e que dinamize uma boa atividade turística». «Estamos muito perto de encontrar uma solução», garantiu Rita Marques na quinta-feira, à margem de uma reunião com autarcas e agentes económicos da Serra da Estrela, onde recordou que a reabertura do hotel, que está encerrado há mais de 12 anos, «já deveria ter ocorrido» e só não aconteceu porque os vários concursos para a concessão ficaram desertos. A sessão destinou-se a avaliar o impacto dos recentes incêndios florestais, a identificar os principais constrangimentos e a delinear futuras medidas de prevenção.
Rita Marques disse ser necessário «reparar os danos» causados pelos fogos e «criar condições para mais investimento» no território. «Desde logo, apoiar estas empresas, mas, ao mesmo tempo, criar uma agenda para o futuro, com condições para mais e melhor investimento, garantindo sempre a perpetuação da criação de valor», considerou numa declaração final aos jornalistas. Serão também precisas linhas de ação «para apoiar novos investimentos que possam estruturar novos produtos turísticos, mais sustentáveis e inovadores», acrescentou, lembrando que na resolução do Conselho de Ministros está definido o plano de resposta à situação e que a linha de apoio que deverá ser criada para o turismo na região da Serra da Estrela será de «apoio à tesouraria das empresas e também aos novos investimentos».
Os autarcas assumiram que a região «continua viva, apesar de ter sido muito fragilizada», e desafiaram portugueses e estrangeiros a conhecerem o território. «As pessoas estão traumatizadas e, com as imagens que viram nas televisões, acham que a serra está de negro mas há ainda muito território verde para apreciar, gastronomia para saborear e vinho para beber, felizmente», disse o presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela, Luís Tadeu. Por sua vez, o presidente da Câmara da Guarda defendeu que a recuperação do Hotel Turismo possa ocorrer no âmbito do plano de revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), tendo em conta que «todas as ações conducentes à revitalização do PNSE são importantes».

Levantamento de prejuízos na Serra da Estrela concluído

O relatório sobre o levantamento dos prejuízos do grande incêndio da Serra da Estrela ficou concluído no início desta semana e será conhecido depois de aprovado em Conselho de Ministros, que vai «validar esses danos e as respetivas medidas a colocar em prática para fazer face aos prejuízos provocados».
A informação foi transmitida pela ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que disse na Guarda que o levantamento dos prejuízos do incêndio «foi antecipado em relação ao prazo inicial». A governante participou na sexta-feira numa reunião com autarcas da Comunidade das Beiras e Serra da Estrela onde informou que o Governo «começou a trabalhar logo no território com os autarcas, abrangendo vários sectores de atividade». Os levantamentos dos prejuízos setoriais foram entregues à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), que fará um relatório final global. «O conjunto de medidas a criar terá de estar muito bem identificado porque o território já não precisa mais de palavras, precisa de ação», afirmou Ana Abrunhosa.

Carlos Gomes

Sobre o autor

Efigénia Marques

Leave a Reply