Fornos de Algodres é o município do país que, em 2020, mais excedeu o limite da dívida total definido no Regime Financeiro das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais (RFALEI).
Mas não é o único na região, que tem mais quatro autarquias que ultrapassaram essa barreira. São eles o Fundão (7º lugar), Belmonte (12º), Seia (16º) e Celorico da Beira (18º), de acordo com o Anuário Financeiro Portugueses 2020. «A média nacional dos passivos por habitante foi de 624 euros, tendo a Marinha Grande apresentado o menor valor de passivo por habitante (61 euros) e Fornos de Algodres o maior (6.258 euros/habitante)», revela a análise da autoria do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e do Tribunal de Contas.
O município de Fornos de Algodres «cumpre religiosamente os seus compromissos em termos de encargos de dívida e de pagamento a fornecedores», reagiu Manuel Fonseca, autarca fornense, que não ficou surpreendido com o destaque da autarquia. «Nos próximos anos, Fornos de Algodres vai continuar à frente em termos de rácio de dívida, mas isto tem a ver com aquilo que a Câmara fez antes de 2013», acrescentou o edil socialista, garantindo que desde essa altura «não houve mais aumento» da dívida que já existia. «A única coisa que fizemos tem sido, com grande dificuldade, amortizar a dívida desde que foi aprovado o FAM [Fundo de Apoio Municipal] e, antes disso, com o PRF [Plano de Reequilíbrio Financeiro]», especificou Manuel Fonseca, segundo o qual, «neste momento, não é esse o valor de dívida, paga-se basicamente 1,3 milhões de euros por ano. O que quer dizer que um orçamento de seis milhões, se pagar 1,3 milhões, é extremamente difícil».