Sociedade

Farmácias com procura muito elevada para realização de testes antigénio

Escrito por Catarina Reino

A comparticipação dos testes nas farmácias pode estar na origem da sobrecarga neste serviço

A situação pandémica tem vindo a piorar a passos largos em Portugal, o que significa que também o número da testagem tem vindo a aumentar. Com a implementação da comparticipação do Estado para a realização de testes antigénio gratuitos nas farmácias, algumas delas, localizadas na Guarda, começam a ficar sobrecarregadas com a testagem de utentes.
É o que acontece, por exemplo, na Farmácia Moderna. Raquel Andrade, diretora técnica, refere que «o índice de procura está muito elevado, temos neste momento muito mais procura do que podemos responder». Na perspetiva da responsável, isto acontece porque «nesta altura, as pessoas com qualquer sintoma, qualquer contacto, ficam mais preocupadas e mais em alerta e então com a facilidade de poderem fazer os testes gratuitos, naturalmente que recorrem a esse serviço». Em relação ao número de testes, Raquel Andrade assume que têm sido mais de 50 testes por dia e que só não fazem mais «porque é aquilo que também temos capacidade para fazer, sendo que, lá está, nunca o suficiente para a procura existente», afiança. Já em relação ao número de casos positivos a diretora técnica da Farmácia Moderna assume que, «como há uma maior procura, conseguimos rastrear muito mais casos positivos que alguma vez já detetamos, mais até do que tivemos noutros picos».
Os autotestes têm esgotado muito facilmente um pouco por todo o país, mas em especial na Guarda, o que na perspetiva de Raquel Andrade, faz aumentar a procura pelos testes profissionais e dá origem a um outro problema nesta farmácia: a falta de recursos humanos. «O resto da farmácia não pode parar, continuamos a ter os nossos utentes, com as suas patologias, com as gripes, com as doenças crónicas, que não podem ficar prejudicados e, portanto, neste momento o que nos afeta muito é mesmo a falta de recursos humanos para podermos dar resposta a tudo», concluiu a responsável pela Farmácia Moderna.
Também na Farmácia da Sé, a administrativa Cláudia Pina refere que neste momento «o índice de procura está bastante elevado, a comparticipação dos testes veio aumentar essa mesma procura, porque as pessoas querem ter a certeza se efetivamente estão ou não positivas e fazem com mais regularidade». Para além disso, o facto do Governo ter implementado a obrigatoriedade de apresentação de teste negativo para visitas a lares, hospitais, grandes eventos, recintos desportivos e em discotecas e bares, tem feito com que a procura seja efetivamente maior na perspetiva de Cláudia Pina. A Farmácia da Sé tem feito uma média de 150 testes por dia, sendo que «a sexta-feira tem tendência para ser o dia mais complicado». Quanto ao número de casos positivos, Cláudia Pina refere tem aumentado e que isso pode ser justificado com o facto das pessoas «se testarem mais».
Na Farmácia Rego, o farmacêutico Sérgio Saraiva explicou a O INTERIOR, que realizam em média 10 testes por dia, porque não têm capacidade para mais: «os testes só realizamos com marcação prévia, até para gerirmos o stock que temos que é realmente limitado, pois há efetivamente dificuldade em arranjar testes contrariamente ao que tem vindo a ser noticiado, por isso temos gerido assim». No entanto não é só a falta de stock de testes que tem complicado a gestão da Farmácia Rego, «a falta de recursos humanos também dificulta, porque nós temos de desviar pessoas das suas funções habituais para estarem só na parte dos testes, implica parte burocrática, implica parte de estar a vestir e a despir os fatos para realização dos testes, implica tudo», concluiu o farmacêutico.

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Catarina Reino

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