Sociedade

Fábrica de calçado vai criar até 30 postos de trabalho na Guarda

Escrito por Luís Martins

Investimento de empresário espanhol deverá iniciar a atividade «dentro de dois meses» num pavilhão do Outeiro de São Miguel

A Câmara da Guarda vai implementar, em março, um projeto-piloto de teleconsulta nas freguesias rurais do concelho que não têm extensões de saúde.
A iniciativa foi aprovada na reunião do executivo da passada segunda-feira e para o efeito será contratada uma empresa especializada em saúde online.
Segundo o vice-presidente Carlos Chaves Monteiro, o projeto-piloto arrancará em colaboração com uma freguesia, ainda não definida, que só terá que disponibiliza um espaço e «um terminal de Internet, através do qual o médico terá acesso ao paciente». No final da reunião do executivo, o autarca, que presidiu à sessão devido à ausência de Álvaro Amaro, adiantou que cerca de 29 das 43 freguesias do concelho reúnem condições para acolher o projeto, mas só uma irá ser selecionada para o seu arranque experimental. Posteriormente, se este serviço de teleconsulta for bem-sucedido na «satisfação de necessidades públicas» das populações, o mesmo poderá ser alargado a outras localidades. «Em primeiro lugar vamos dar prevalência a freguesias que não tenham uma extensão de saúde, também será tida em conta a distância relativamente à sede do concelho, bem como o número de habitantes e de utentes que podem beneficiar desse serviço», especificou o vice-presidente da autarquia aos jornalistas. Carlos Chaves Monteiro adiantou que até ao final do mês decidirá onde será testado o projeto.
Nesta sessão, o vice-presidente do município revelou também que a cidade foi escolhida por um empresário espanhol, que labora «há vários anos» na indústria do sapato no país vizinho, para instalar uma fábrica de calçado que criará «entre 20 a 30 postos de trabalho». A unidade vai ficar sediada num pavilhão situado na zona do Outeiro de São Miguel e deverá iniciar a atividade «dentro de dois meses». O autarca revelou que «algumas pessoas da Guarda já receberam formação específica no IEFP, na área da costura de sapatos». O executivo aprovou ainda, por unanimidade, a cedência de um espaço num dos edifícios da Quinta da Maunça à Associação Rewilding Ibéria PT, da área ambiental e que vai criar cinco postos de trabalho para técnicos superiores em ambiente e floresta. Os socialistas aprovaram a propostas, mas lamentaram que o antigo espaço de educação ambiental continue a ser «mal aproveitado» pelo município. «É um desperdício dispor daquela quinta e não fazer ali nada», criticou Eduardo Brito.

Gestão do café-concerto do TMG a concurso

A Câmara da Guarda aceitou mais uma competência no domínio da Cultura e rejeitou a transferência de responsabilidades na área da saúde animal.
«A cultura já faz parte do ADN da Guarda, é um investimento que assumimos como estratégico há muitos anos, pelo que assunção deste competência virá potenciar muito mais a nossa ação futura de promoção cultural da Guarda e da candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027», declarou o vice-presidente do município. Já as competências nos cuidados e saúde animal foram declinadas porque «exige-se investimento, cujo montante desconhecemos, e a afetação de recursos humanos», acrescentou. Os socialistas Pedro Fonseca e Eduardo Brito votaram a favor quanto à Cultura e contra o facto da Câmara não assumir mais responsabilidades na saúde animal. «Cada uma merecia uma discussão própria porque são matérias diferentes», disse Pedro Fonseca.
Nesta sessão, o executivo deliberou abrir um concurso público para a concessão da exploração do bar do café-concerto do TMG. O procedimento tem uma renda base mensal de 600 euros, mais IVA, e o futuro concessionário vai gerir o espaço durante dois anos, renováveis ou não. Já a Câmara continuará responsável pela programação cultural: «Não é vocação da autarquia fazer a exploração de um espaço como o café-concerto, isso será mais adequado à gestão privada, que está obrigada a manter as funções sociais e culturais do equipamento», sublinhou Chaves Monteiro. A Câmara aprovou também o reforço dos subsídios atribuídos às três corporações de bombeiros do concelho. Assim, os voluntários da Guarda vão receber este ano 81.713 euros, enquanto os de Gonçalo terão direito a 46.759 euros. Para Famalicão da Serra vão 41.651 euros. «Além da componente do subsídio ordinário, que se mantém igual ao atribuído em 2018, reforçamos as verbas de acordo com as atividades e necessidades de cada Associação Humanitária», justificou o vice-presidente do município.

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