Sérgio Costa considera que a Guarda tem capacidade para vir a ser «o verdadeiro “hub” do interior» ao nível da tecnologia e do empreendedorismo. A ideia foi assumida pelo autarca durante mais uma Conferência da Guarda, subordinada ao tema “Alavancas para o Desenvolvimento Económico Sustentado” e realizada na passada quarta-feira.
Segundo o edil guardense, o novo Espaço Tecnológico do Centro Histórico, inaugurado em novembro último, «é um verdadeiro caso de sucesso, repovoando de gente e empresas» aquela zona da cidade». Aliando a capacidade da Plataforma Logística e a qualidade de vida que a cidade oferece, Sérgio Costa considerou que a Guarda pode ser «um verdadeiro ‘hub’ do interior» em tecnologia e empreendedorismo. Presente na sssão, Alexandre Fonseca, Co-CEO da Altice Internacional, referiu a importância da descentralização do mundo empresarial. «Queremos acreditar que o investimento que a Altice Portugal tem vindo a desenvolver é fundamental para construirmos um país mais coeso. É sobretudo contribuirmos de forma decisiva para a descentralização da economia, mas acima de tudo do mundo empresarial. Hoje é possível focar empresas, trazer polos de grandes grupos internacionais para se fixarem nestes territórios de baixa densidade, sermos capazes de abrir novos negócios, fazer crescer os negócios atuais através deste investimento em infraestruturas que são a chave para a descentralização da economia. E nós acreditamos que o crescimento de Portugal em termos económicos e sociais se vai fazer através do somatório das economias locais e regionais», argumentou o responsável.
Alexandre Fonseca acrescentou que Portugal «é líder» na cobertura de fibra ótica e redes 4G e 5G. «É muito interessante olharmos para muitos países na primeira linha das economias mundiais e percebermos que Portugal é hoje líder, com cerca de 93 por cento da população com fibra ótica e mais de 99 por cento servida com rede 4G», revelou na sua intervenção dedicada ao tema de “A tecnologia e inovação como plano A e B do crescimento económico”. Por sua vez, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, participou na sessão de encerramento onde revelou que o Governo está a aguardar pela autorização da Comissão Europeia para fazer um investimento de 300 milhões de euros em infraestrutura de fibra ótica para cobrir todo o território nacional. «Quando não há incentivo, o Estado deve fazer esse investimento ou deve subsidiar o privado para fazer esse investimento», justificou.
«Com a ajuda das operadoras já fizemos o levantamento de todas as zonas onde não temos sinal. Já pusemos em consulta pública duas vezes esse mapa do território e temos o caderno de encargos para o concurso internacional. Estamos a falar de um investimento que ultrapassa os 300 milhões de euros que será financiado a 50 por cento com fundos europeus», adiantou a governante. Ana Abrunhosa vincou ainda a necessidade de criar «um ecossistema inovador» para haver desenvolvimento territorial, principalmente em territórios do interior, onde é necessário «atrair e fixar pessoas e cuidar bem dos que já cá estão». Na sua opinião, isso consegue-se com «a combinação» de empresas, instituições de ensino superior, economia social e cultura. «A evidência científica comprova que +é preciso ter esses elementos para haver desenvolvimento sustentável dos territórios», sustentou a ministra.
No primeiro painel de mais uma edição “Conferências da Guarda” esteve Alcino Lavrador, diretor-geral da Altice Labs, Joaquim Brigas, presidente do Instituto Politécnico da Guarda e Nuno Silva, diretor da Comunilog, os intervenientes debateram “O papel da Academia no desenvolvimento do ecossistema empreendedor local”.
Já Luís Veiga, administrador executivo do Grupo Natura IMB Hotels, Paulo Romão, proprietário das Casa do Côro, António Magalhães, diretor-geral da Sodecia, e Isabel Duarte, managing director da Air Liquide Europe Business Services discutiram “A importância das redes de nova geração na atração de investimento e fixação de pessoas”. Os debates foram moderados por António Costa, diretor de informação do site noticioso ECO.
Desenvolvimento económico e sustentado em debate nas conferências da Guarda
O papel das empresas, da academia e da tecnologia no desenvolvimento económico e atração de pessoas e empresas para territórios do interior abordados na Guarda