Sociedade

Deputados do PS querem “cluster” do lítio na Guarda e conclusão do IC6

Lítio
Escrito por Efigénia Marques

Projetos foram defendidos por António Monteirinho e Cristina Sousa na discussão na especialidade do Orçamento de Estado

António Monteirinho, deputado do PS na Assembleia da República, sugeriu ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro «a implementação de um “cluster” industrial de lítio na região da Guarda».
A proposta foi feita durante a discussão do Orçamento de Estado para este ano, onde o eleito pelo círculo da Guarda considerou que, nas regiões onde existem bolsas de lítio, o plano «terá que incluir todos os processos de exploração, extração, armazenamento e refinação da matéria-prima». Na sua intervenção, António Monteirinho fez questão de recordar ter sido eleito «por uma região onde todos os estudos indicam que existe a maior bolsa de lítio do país» e, sendo um dos objetivos da tutela lançar o concurso para a prospeção e pesquisa ainda este ano, «gostaria de salientar a necessidade de algumas orientações, nomeadamente uma relação próxima dos autarcas, permitindo levar a “bom porto” este processo».
Na resposta, Duarte Cordeiro declarou que «a expectativa é que estes projetos tenham o maior valor acrescentado e que consigamos reter, da extração à refinação, aquilo que é a maior parte da cadeia de valor nas respetivas regiões». O governante acrescentou, no entanto, que essas opções são da responsabilidade das empresas, «mas há muitas outras infraestruturas entre o processo da extração e refinação e acreditamos que muitos deles podem ficar nos próprios territórios e ajudar as economias locais». O ministro disse ainda que pretende reunir com todos os autarcas das regiões envolvidas para «perceber as preocupações» em cada zona do país.
Ainda no âmbito da discussão do Orçamento de Estado, a segunda deputada do PS pelo distrito da Guarda, Cristina Sousa, questionou o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, sobre o ponto de situação dos Itinerários Complementares da Serra da Estrela (IC6, IC7 e IC37), há muito reivindicados pelas populações e pelos autarcas da região. «A competitividade das empresas e o acesso a serviços, desde a saúde à educação, estão há muito comprometidos e dependentes da concretização destes itinerários», sustentou a senense. Para Cristina Sousa, «este é o momento para, em definitivo, fazer a verdadeira aproximação entre o litoral e o interior e dar resposta a estes territórios», pelo que aproveitou para saber como está o troço do IC6 entre o nó de Tábua e a EN17, em Seia, lançado em fevereiro de 2021.
O ministro Pedro Nuno Santos começou por responder, com ironia, a esta e a outras questões sobre as rodovias colocadas por vários deputados, dizendo que «sobre todas as estradas que aqui foram faladas, a decisão que tomámos é fazer aquelas que não foram referidas». Mais a sério, adiantou que, «para muitas das reivindicações, não há previsões de concretização nem capacidade orçamental». No entanto, comprometeu-se a não abandonar projetos como o do IC6, porque «os processos já estão a decorrer». Sobre novas estradas, Pedro Nuno Santos sublinhou que o Governo «não tem uma capacidade financeira infinita», o que disse ser «frustrante para as expectativas de grande parte do território do interior que foi, infelizmente, ficando para trás».

 

Carlos Gomes

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Efigénia Marques

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