Já é oficial. O Data Center da Altice na Covilhã vai ser o centro que, em Portugal, vai armazenar e tratar os dados do mais poderoso radiotelescópio de sempre, no âmbito do projeto do observatório astronómico “Square Kilometre Array” (SKA).
Portugal é membro fundador do SKA, juntamente com a África do Sul, Austrália, China, Itália, Holanda, Nova Zelândia, Reino Unido e Suécia, um projeto que envolve mil investigadores e engenheiros, 270 empresas e 20 países. A respetiva convenção foi assinada na semana passada em Roma pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. O SKA foi apresentado em fevereiro de 2018 na Covilhã e resulta de um esforço internacional para a criação de uma infraestrutura composta por 2.500 antenas que formam um radiotelescópio gigante. O objetivo é escutar os confins do universo e “fotografar” em ondas rádio mil milhões de galáxias, sinalizar buracos negros e procurar civilizações fora do Sistema Solar. Para o público em geral, a procura de vida extraterrestre, em especial vida inteligente, será a mais interessante das missões deste projeto.
O SKA está a ser construído na África do Sul e na Austrália, sendo que em Portugal o consórcio é liderado pelo Instituto de Telecomunicações (IT) e junta as universidades de Aveiro, Porto e Évora, o Politécnico de Beja, o Polo de Tecnologias de Informação, Comunicação e Eletrónica (TICE) e empresas. O seu coordenador é Domingos Barbosa, investigador do IT na Universidade de Aveiro. Estima-se que o SKA vai gerar e tratar o equivalente aos dados gerados pelos aceleradores de partículas do CERN (Organização Europeia de Pesquisa Nuclear) em Genebra (Suíça).