Sociedade

D. Manuel Felício suspeito de encobrimento de abusos de padre Luís Mendes no seminário do Fundão

Escrito por Luís Martins

D. Manuel Felício terá tido conhecimento das queixas de abusos por parte do padre Luís Mendes no seminário do Fundão, mas não comunicou essas suspeitas à Polícia Judiciária ou ao Ministério Público, que souberam do sucedido graças às denúncias dos pais dos menores. O bispo da Guarda só colaborou com as autoridades quando os inspetores da PJ se apresentaram no antigo seminário para deter o então vice-reitor da instituição.

O caso é recordado na edição desta semana do semanário “Expresso”, segundo o qual o prelado e o bispo emérito de Setúbal, Gilberto Reis, são suspeitos de encobrimento dos abusos. Na altura, D. Manuel ficou «aborrecido» por os pais de 17 menores terem apresentado uma queixa-crime à PJ da Guarda contra Luís Mendes. A Judiciária tinha descoberto entretanto que, um mês antes das queixas, o padre reuniu com as vítimas para «arranjar uma justificação».

Os investigadores da PJ apontava para suspeitas de encobrimento, refere o “Expresso”, citando o despacho de detenção do padre: «De todos os elementos recolhidos, principalmente as inquirições dos menores, dos seus pais e também o resultado da tentativa de notificação e subsequentes diligências em relação ao suspeito, sendo certo que já se encontra agendada uma reunião com os pais dos menores para os próximos dias, resulta claro ou suspeita-se que esteja em curso uma manobra de branqueamento de toda esta situação».

Luís Mendes foi detido a 7 de dezembro de 2012, à segunda tentativa, uma vez que na véspera os inspetores foram informados que estava «doente» e «acamado». O padre acabou condenado a dez anos de prisão, sentença confirmada pelo Supremo Tribunal de Justiça, em 2017, encontrando-se a cumprir pena no Estabelecimento Prisional da Guarda.

 

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Luís Martins

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