Covid-19 Sociedade

Região em alerta vermelho com Covid-19

Escrito por Jornal O INTERIOR

Dezasseis municípios têm uma incidência extrema ou muito elevada de transmissão do novo coronavírus e deixam capacidade de internamento do Hospital Sousa Martins, na Guarda, à beira do limite

Dados da DGS

A Covid-19 está a alastrar na região e já não há concelho que não esteja a vermelho escuro no mapa da Direção-Geral de Saúde (DGS). Atualmente, 16 municípios têm risco extremo ou muito elevado de transmissão do novo coronavírus, os dois níveis mais altos da classificação adotada em Portugal. Já não há nenhum concelho em risco moderado e apenas Manteigas está classificada como sendo de risco elevado.

A listagem divulgada semanalmente pela DGS é um importante barómetro da evolução da pandemia no país e na região, onde, semana após semana, tem vindo a espalhar-se de forma descontrolada. Neste caso, os dados reportam até 12 de janeiro e revelam que quatro concelhos do distrito da Guarda estão entre os mais afetados no país. A Mêda tem uma incidência cumulativa de 4.600 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias (de 30 de dezembro a 12 de janeiro) e vive a situação mais problemática, sendo o segundo caso mais problemático em Portugal depois do município alentejano de Cuba (5.658 novos casos por 100 mil habitantes). Figueira de Castelo Rodrigo vem a seguir, com 4.208 novos casos no mesmo período, ligeiramente à frente de Aguiar da Beira, onde foram contabilizados 4.106 novos casos por 100 mil habitantes. Com 3.887 novos casos, Fornos de Algodres é o quarto município mais problemático.

Dados da DGS

Já em termos das capitais de distrito, a Guarda, que há uma semana era a única em risco extremo, baixou para o terceiro lugar com 1.329 novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias atrás de Setúbal (1.597) e de Beja (1.516). Atualmente, nove das 18 capitais de distrito estão em risco extremo de transmissão da Covid-19, a saber Lisboa, Coimbra, Braga, Bragança, Viseu e Évora, além de Guarda, Beja e Setúbal. Por cá, Aguiar da Beira, Belmonte, Celorico da Beira, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Mêda, Pinhel, Sabugal, Trancoso e Vila Nova de Foz Côa estão com risco extremo de transmissão devido a uma incidência de Covid-19 cumulativa superior a 960 casos por cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias. Em risco muito elevado (entre 480 e 960 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) estão Almeida, Covilhã, Gouveia e Seia, enquanto Manteigas figura no nível de risco elevado (entre 240 e 480 casos por 100 mil habitantes).

Hospital da Guarda aumenta área de internamento Covid

O Hospital Sousa Martins, na Guarda, nunca teve tantos doentes com Covid internados. A capacidade da unidade está num ponto crítico e tinha 80 doentes internados esta terça-feira (menos 10 que na sexta-feira), 12 dos quais nos cuidados intensivos (inalterado).

Fonte da Unidade Local da Saúde (ULS) adiantou a O INTERIOR que a capacidade de internamentos tem vindo aumentar, tendo já sido abertas no início da semana passada mais seis em enfermaria Covid1 e mais dez em internamento Covid2. «Preparamo-nos para abrir o mais breve possível mais 18 camas, que ficarão alocadas nas instalações do serviço de Pneumologia. O Internamento de Pneumologia foi, entretanto, transferido para o espaço da Unidade de Cirurgia de Ambulatório, estando as pequenas cirurgias a ser transferidas, sempre que possível para o Hospital Nossa Senhora da Assunção, em Seia», refere a administração hospitalar. O objetivo é passar a contar «ainda esta semana» com 100 camas no total, além das 12 no serviço de Medicina Intensiva.

Segundo o relatório de situação de 15 de janeiro, que inclui os dados disponíveis até às 16 horas, havia 2.831 casos ativos (+516 em três dias) nos 13 concelhos abrangidos pela ULS guardense e um total acumulado de 7.636 casos confirmados (+631) de infeção pelo novo coronavírus desde o início da pandemia. Entre 12 e 15 de janeiro registaram-se mais 13 óbitos, número que subiu para 180 desde março. Atualmente, o concelho da Guarda está no “olho do furacão” com 754 casos ativos (+115) e 50 óbitos (+1). Em Pinhel há 301 casos ativos (+31) e 18 mortes (+2), enquanto em Figueira de Castelo Rodrigo foram contabilizados 282 (+78) e 280 (+95) em Seia 20 óbitos (+1). Na Mêda os casos ativos subiram para 247 (+3) e houve mais dois falecimentos (7 no total). Em Trancoso a subida foi mais acentuada, registando-se na sexta-feira 246 casos ativos (+41) e 18 óbitos (+3).

Em Fornos de Algodres já são 240 (+55) e 4 óbitos (+1) e no Sabugal foram sinalizados 133 casos ativos (+21) e 18 óbitos (inalterado). O concelho de Celorico da Beira voltou a ultrapassar os cem casos ativos, com 122 (+30). O número de óbitos (9) ficou inalterado. Abaixo da centena continuam Almeida com 52 casos ativos (+13) e 6 óbitos (+2); Gouveia com 75 (+8) e 12 óbitos (inalterado) e Vila Nova de Foz Côa com 78 (+17) e 12 óbitos (+1). Depois de vários dias com uma incidência residual, Manteigas voltou a registar uma subida acentuada de casos Covid-19, que são agora 20 (+13). Os óbitos (5) permaneceram inalterados.

Na sexta-feira havia 2.942 contactos em vigilância pela Unidade de Saúde Pública (+4) e 2.731 casos no domicílio (+496). Já o número de recuperados totalizava os 4.624 (+102). Também o número de profissionais de saúde infetados continua a subir, são agora 144 (+2).

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