O presidente da Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE) exige uma análise a todo o processo de combate ao incêndio que começou a 6 de agosto, no concelho da Covilhã, e alastrou para Manteigas, Gouveia Guarda e Celorico da Beira e registou reativações na segunda-feira.
«Era importante verificar-se todo o processo de combate a este incêndio, até para reforçar a confiança das nossas populações em quem nos orienta e quem orienta os nossos bombeiros», considera Luís Tadeu, também presidente da Câmara de Gouveia. Insistindo na elaboração de «um estudo independente de análise» das operações, o autarca referiu haver «coisas que não se percebem». «Não pode o vento justificar tudo. E, portanto, é preciso analisar», afirma, sustentando que «não interessa os culpados, porque o mal está feito, mas interessa apurar» o que foi feito e se foi feito no momento oportuno e corretamente, para se ter a certeza de que «o processo de combate a este incêndio foi o mais eficaz, adequado».
O presidente da CIMBSE diz haver «coisas muito estranhas neste processo» em que muitas pessoas «viram as suas vidas ameaçadas pelo fogo» e «há povoações e concelhos que ficaram praticamente dizimados por este incêndio». «Não pode haver um empurrar de culpas ou de responsabilidades para outros que não serão aqueles que são, supostamente, formados, orientados, têm alguma capacidade profissional na orientação do combate a estes incêndios», assume, referindo que se vê «no terreno, muitas vezes, descoordenação completa, com os bombeiros parados à espera que deem as ordens e o tempo a passar e o fogo andar».
Para Luís Tadeu, era «muito importante que, desta vez, fosse efetuado um estudo como deve ser a todo o filme do incêndio, para ver se, em cada momento com o conhecimento e com as informações que eram detidas por quem tinha de decidir, se foram, efetivamente, tomadas as melhores decisões».