As obras de requalificação da antiga Pensão Guardense, na Rua Serpa Pinto, no centro da cidade mais alta, já decorrem. O edifício vai ser adaptado para um equipamento da CERCIG destinado a alojar cerca de 30 mulheres e crianças vítimas de violência doméstica. As obras são comparticipadas em mais de 1,2 milhões de euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e deverão estar concluídas em abril de 2025.
Ricardo Antunes, diretor da CERCIG, recorda que «há alguns anos o edifício foi doado pela anterior proprietária que gostava de ver a casa ser útil para mulheres vítimas de violência doméstica e o nosso objetivo foi tentar cumprir com a promessa». Entretanto, a senhora entendeu que «não deveria haver uma relação entre a CERCIG e a Segurança Social – o que é impossível não acontecer para que tenhamos este tipo de resposta». Segundo o responsável da instituição, a CERCIG entrou «em litígio com a proprietária e adquiriu o edifício na totalidade por 350 mil euros para não deixar cair a oportunidade da cidade ter um PRR aprovado – nem que seja para reabilitar um edifício no centro da cidade».
A CERCIG é a «primeira entidade a ter este projeto aprovado» no país, sendo que o objetivo é criar um «alojamento urgente e temporário» para as vítimas de violência doméstica. Ricardo Antunes adianta que «vamos tentar especializar-nos em vítimas de violência doméstica», sendo que podem também ser acolhidos temporariamente «refugiados ou famílias impedidas de ter acesso à sua habitação». Trata-se, por isso, de um projeto com uma «abrangência nacional», tanto mais que «há uma carência de resposta para estas pessoas em Portugal», refere Ricardo Antunes. A CERCIG – Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptado foi fundada em 1977. Uma instituição de carácter assistencial, sem fins lucrativos e de Utilidade Pública desde 1983.