Sociedade

Centro para a Economia e Inovação Social quer formar 13 mil pessoas até 2025

Img 3761
Escrito por Luís Martins

CEIS acaba de lançar a plataforma eScampus Virtual, vai iniciar a Academia para Dirigentes e Técnicos da Economia Social e deverá mudar de instalações em breve

O Centro para a Economia e Inovação Social (CEIS) deverá mudar-se para instalações próprias durante o primeiro trimestre deste ano. Sediado atualmente no edifício da direção distrital da Guarda da Segurança Social, o organismo ibérico criado em abril do ano passado vai crescer em termos de funcionários e de ações.
«Uma estrutura destas tem determinado tipo de necessidades, como salas de formação, auditórios e gabinetes, que estas instalações não conseguem garantir. A equipa atual é de 10 pessoas e teremos 30 trabalhadores fixos até 2025, pelo que precisamos de espaço para trabalhar também a inovação social e ministrar formação», confirmou Nuno Silva, director-executivo do CEIS. O centro divulgou na passada sexta-feira as primeiras iniciativas e anunciou ter concluído o levantamento das necessidades formativas do terceiro setor, tendo em marcha um plano de formação que deverá abranger 13 mil pessoas nos próximos dois anos. «O nosso objetivo é ultrapassar esse número porque há várias formas de capacitação, em vários formatos e modalidades. Com as reuniões que temos feito e a necessidade que existe, vamos ultrapassá-lo claramente», assumiu o responsável a O INTERIOR.
Segundo Nuno Silva, os dirigentes e técnicos da economia social serão os destinatários das primeiras ações, estando também programada formação à medida e planos de formação para entidades e trabalhadores. «Várias autarquias já nos deram a conhecer as suas necessidades e estamos a desenvolver planos formativos com quem está no terreno em função das necessidades do momento da organização. É um trabalho que vamos fazer todos os anos para ser um processo contínuo e não mais do mesmo», realçou o diretor-executivo do CEIS, para quem «as pessoas querem ter formação que lhes diga algo e não a que seja só para cumprir os requisitos das 40 horas». E exemplifica: «Este ano a Comissão de Melhoramentos de Videmonte quer trabalhar a temática da saúde mental e para o ano já será outra. É um processo evolutivo e o CEIS tem que ter esta forma de trabalhar, caso contrário nunca poderá ter sucesso», realçou.
O Centro para a Economia e Inovação Social (CEIS) acaba de lançar o seu site, a plataforma eScampus Virtual, de formação online para capacitação de pessoas em todo o país, e vai iniciar a Academia para Dirigentes e Técnicos da Economia Social. «São pessoas, muitas vezes em regime de voluntariado, que cada vez mais têm responsabilidades e que é preciso capacitar e formar para que consigam liderar as suas organizações», disse Nuno Silva, segundo o qual a ligação a Espanha está a correr bem. «Já estamos a trabalhar em grupos de trabalho, por exemplo, na formação em casas de acolhimento integramos um grupo de trabalho com o grupo ANID, da Andaluzia, que é um dos maiores grupos de formação de Espanha dedicado a essa temática. Estamos também a trabalhar no primeiro Congresso Ibérico da Economia Social, que vai ter lugar na Guarda, e noutras temáticas», elencou.
Presente no balanço dos primeiros meses de trabalho do CEIS, do qual foi uma das mentoras a par da ministra espanhola Iolanda Diaz, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, elogiou o trabalho da equipa instalada na Guarda realçando que o objetivo do projeto é «encontrar formas para valorizar quem trabalha na economia social, que é um motor transformador e de desenvolvimento». «Estes programas de capacitação dos dirigentes da economia social e de formação dos trabalhadores foram desenhados com base nas necessidades identificadas com os agentes do sector», disse a governante, afirmando que o CEIS mostra que «é a partir do interior que se está a contruir um projeto desta dimensão ibérica com a ambição de ser um centro de referência a nível europeu, aliás, a Europa aprovou um plano de ação dedicado à economia social».
Ana Mendes Godinho lembrou que o terceiro setor é um dos maiores empregadores do distrito da Guarda e tem «um peso importantíssimo» na fixação de população. «A economia social, onde trabalha seis por cento da população empregada em Portugal, é cada vez mais uma área de futuro porque é também um modelo de desenvolvimento social baseado numa lógica em que o capital são as pessoas», afirmou a ministra.

Sobre o autor

Luís Martins

Leave a Reply