Álvaro Amaro ficou «ainda mais desapontado» que Sérgio Costa por a Guarda não integrar a “short list” das candidaturas portuguesas a Capital Europeia da Cultura.
Contactado por O INTERIOR, o antigo presidente do município e “pai” da ideia de concorrer a este desafio fala mesmo num «desapontamento muito grande» porque este era «um projeto aglutinador e de afirmação da Guarda como capital sub-regional, foi sempre esse o meu farol». O atual eurodeputado do PSD realça a capacidade da candidatura mobilizar os municípios da região e da vizinha Espanha, mas constata que «nestes dois anos desde que saí, pelos vistos, no que pude ler, o projeto não englobou o associativismo local e sub-regional e esse era um pilar fundamental, o de valorizar a nossa cultura, a que se faz cá mas, naturalmente, dando-lhe depois uma mistura de outra cultura que precisamos de beneficiar por cá».
Por isso, Álvaro Amaro associa-se ao «desapontamento» do atual presidente do município, lembrando que Sérgio Costa esteve no início de todo o processo, que era de «envolvimento, nunca de excluir ninguém, e de ir buscar a tal outra cultura que uns chamam mais elitista, mas que para mim é tão elitista quanto a nossa cultura do interior». O ex-autarca acrescenta que quando deixou a Câmara da Guarda, em junho de 2019, faltava «muito tempo» para concluir o projeto de candidatura, pelo que se diz «muito triste» com este desfecho. «Naqueles dois anos e meio nunca fui convidado para o que quer que seja, a não ser à última da hora para integrar a Comissão de Honra e foi Victor Amaral que o fez. Aceitei porque quis sempre ter esse procedimento de colaboração, mas nunca foi, pelos vistos, necessária», lamenta.
Mas tudo mudou com a chegada de Sérgio Costa à presidência da Câmara: «Fui imediatamente convidado e aceitei estar presente. No fundo, era uma parte de nós que estava ali, num grande projeto mobilizador da sociedade, do território e afirmativo da Guarda como capital sub-regional. Bom, ao menos que tenha ficado esta semente, que nem tudo se perca», espera Álvaro Amaro, até porque o Parlamento Europeu está a discutir o conceito de “Metrópole Rural”. «A meu convite, vamos ter vários especialistas da Europa e também de Portugal para discutirmos a estratégia 2030 das áreas rurais, pelo que este é um assunto que está sempre na ordem do dia», afirma o eurodeputado.