O Rotary Club da Guarda homenageou João Logrado, diretor-geral da Olano Portugal, que considera «um exemplo de determinação e resiliência» ao colocar a Guarda no mapa europeu da logística. A cerimónia decorreu no sábado e foi uma forma de dar ao gestor «o merecido» reconhecimento público pelos «magníficos e ímpares serviços prestados» à comunidade e pelo seu contributo no desenvolvimento económico da Guarda, justificou Rosa Saraiva, presidente do Rotary Club guardense, para quem o gestor é «um exemplo que deve ser repetido» na região.
Para João Logrado, esta homenagem deve ser partilhada com os 256 trabalhadores da Olano. «O trabalho é feito por eles essencialmente. São eles que lutam diariamente, que servem os clientes e representando sempre a Guarda. Isso é o que me deixa com maior orgulho e satisfação», disse o gesto de 58 anos a O INTERIOR. «Achava que havia outras pessoas mais valiosas para a poderem ser homenageados, mas foi em nome desses trabalhadores que são sempre esquecidos que resolvi aceitar», acrescentou. Para João Logrado, a «centralidade ímpar» da Guarda ainda está subaproveitada e é essa localização «que pode definitivamente levar a Guarda a um patamar superior a nível de desenvolvimento económico, social e cultural e até mesmo ao nível do ensino».
Contudo, «é preciso passar à ação», afirmou. Exemplo de que os projetos demoram a concretizar-se por aqui é o Porto Seco, que o diretor-geral da Olano Portugal quer ver no terreno o quanto antes. «Perdemos muito tempo a discutir sobre a sua localização e creio que não devemos continuar a discussão, devemos é meter mãos à obra e olhar para a frente», considerou, realçando que está é uma «oportunidade de futuro e de desenvolvimento» da cidade. «Não é o Porto Seco em si que vai desenvolver, mas é o que vai permitir ter valências na Guarda que levarão depois a um conjunto de virtudes a nível económico, social e cultural que nos vai obrigar a desenvolver a própria cidade», especificou.
João Logrado admitiu que ficou na Guarda porque as filhas «eram pequenas e não queriam sair de cá, onde tinham os amigos», mas também porque o grupo francês Olano escolheu a cidade mais alta para investir. «Nessa altura discutia-se a construção das autoestradas A23 e A25. A Guarda estava na confluência e isso permitiu à empresa olhar para a cidade como posição ideal para o nosso projeto de desenvolver logística em Portugal. Achávamos que era o melhor local para nos instalarmos, mas na altura muitos operadores logísticos diziam que erámos loucos porque na Guarda não se passava nada», recordou. Volvidos estes anos, a escolha parece ter sido acertada para o crescimento da Olano Portugal. «As maiores instalações do nosso grupo, que é francês, estão na Guarda e a operação que fazemos em Portugal corresponde a 20 por cento da atividade da Olano. Hoje fazemos logística a partir da Guarda para Itália, França, Alemanha, Suíça, Holanda e Dinamarca», especificou o gestor, para quem a Guarda está «na moda a nível logístico».
Exemplo disso é o parque TIR da plataforma logística estar sempre cheio de camiões. «Não são só viaturas portuguesas, de empresas da Guarda, há sobretudo viaturas estrangeiras. Isso é um bom sinal, é a melhor medalha que podemos ter na Guarda que tem várias empresas dedicadas à logística», sublinhou.
«A Guarda tem uma centralidade ímpar, mas é preciso passar à ação»
Rotary Club da Guarda homenageou João Logrado, diretor-geral da Olano Portugal, pela sua «determinação e resiliência» no desenvolvimento da logística na cidade mais alta