Há muitos animais de companhia a serem abandonados, mas também há muitos outros resgatados pelas associações de proteção animal. Na Guarda a Qoasmi e A Casota são as instituições que combatem o abandono animal e tratam de lhes dar uma nova casa e família.
Comparativamente a anos anteriores, Teresa Duran, d’A Casota, diz que o abandono «continua bastante elevado, estamos sempre a fazer apelos nas redes sociais e a receber animais». Marisa Paulo, da Qoasmi, confirma que «as coisas não estão melhores. Não sabemos se são vítimas de abandono, se são animais que acabam por crescer e reproduzir-se nas ruas… porque também não existe um controlo populacional por parte das autarquias». Quando resgatam animais, Teresa Duran revela que «normalmente acudimos já em situações aflitivas e casos mais urgentes. Recebemos apelos de maus tratos, são animais a necessitar urgentemente de cuidados inadiáveis».
Mas se o abandono não diminuiu, a adoção está «a correr muito bem», assume a responsável d’A Casota. Na instituição este ano já foram adotados «30 cães e 35 gatos. As pessoas estão incentivadas», admite. Os animais vão para famílias «já esterilizados, com vacinas, microchips e apelamos também para a responsabilidade», acrescenta. Além disso, tanto a Qoasmi como A Casota contam com a ajuda de “Famílias de Acolhimento”, que se disponibilizam para ficar com os animais. «A associação responsabiliza-se por todos os custos, da medicina veterinária à alimentação, passando pela areia e por todos os consumíveis. É como se estivessem connosco. A família só tem de dar o espaço, o carinho e a atenção que estes animais precisam», explica Marisa Paulo, da Qoasmi.
N’A Casota também funciona assim e Teresa Duran adianta que «há famílias que assumem os custos com a ração, é uma forma de nos ajudar». Atualmente, com o aumento do uso das redes sociais, as instituições de proteção animal descobriram uma nova forma de apresentar os cães e gatos abandonados às pessoas. Marisa Paulo considera que estas são agora «ferramentas de trabalho porque a maior parte das adoções passam mesmo pelo digital. As pessoas veem as fotografias… e uma imagem vale mais que mil palavras». Já Teresa Duran revela que há «publicações com um número bastante elevado de gostos e partilhas e com isso conseguimos fazer adoções».
Apesar disso, estas instituições passam por algumas dificuldades. A «falta de famílias de acolhimento e despesas nos veterinários» são as maiores complicações, destacam Teresa Duran e Marisa Paulo. «A Qoasmi recebe pedidos de ajuda do distrito, são centenas de animais que ajudamos por ano e quase todos eles precisam de tratamento veterinário», diz esta última.
Sofia Pereira