O lema “mudança local, impacto global” nunca foi tão levado a sério. Segundo os últimos estudos, o aquecimento global está a ter ritmo mais rápido e está a ser pior do que aquilo que se preconizava há poucos anos atrás. O JN noticia que o planeta pode em “2030, dez anos antes do que se estimava (…) alcançar o limite de +1,5 °C, com riscos de desastres “sem precedentes” para a humanidade, já sacudida por ondas de calor e inundações.”
“Mudar local” não é mais do que transformar hábitos quotidianos, a uma escala pequena, mas com impacto maior quando somados em conjunto. É, por exemplo, ter atenção ao que se consome e ao que se gasta tendo em conta a “big picture”. É pensar na sustentabilidade, no ambiente e na ecologia. Para além de se contribuir no combate à maior questão dos nossos tempos, ajuda a poupar. Sim, a poupança energética traduz-se em poupanças económicas.
E como se pode fazer isso na prática e no dia a dia?
É claro que há características inerentes às casas que, por si só, criam condições favoráveis à poupança. Por exemplo: casas com paredes e tetos brancos refletem a luz natural, ajudando a manter a casa mais aquecida, tal como ter janelas orientadas a Sul que beneficiam de luz solar direta. Caso seja possível escolher uma casa assim, tanto melhor. Caso as paredes não sejam brancas, pintá-las será sempre uma boa hipótese também. Mas há mais para fazer.
Água, aquecimento, eletrodomésticos
Poupar na água é uma das recomendações mais evidentes. Já todos sabemos que devemos fechar a torneira enquanto lavamos os dentes, mas também a lavar a loiça ou a tomar banho devemos usar apenas a água que precisamos. Dica: chuveiros inteligentes podem significar até 40% de poupança.
As despesas com aquecimento podem impactar até mais 20% nas faturas mensais nos meses mais frios. Uma solução económica pode ser investir num ar condicionado que é 4 vezes mais eficiente do que um aquecedor elétrico típico. É claro que estes sistemas dependem de boa manutenção das suas componentes e é nessa área que operam algumas empresas nacionais. A nível de assistência de caldeiras, desentupimentos e fugas de água, a Climatec mantém as suas costas quentes.
Quanto aos restantes eletrodomésticos, os de classe A são muito mais eficientes que os demais, pelo que devem ser escolhidos na hora das decisões. O investimento inicial pode ser maior, mas vai ser diluído ao longo do tempo em faturas energéticas menos pesadas. Relativamente aos eletrodomésticos, outro conselho útil na ótica da poupança é desligar os aparelhos da ficha para que não fiquem em standby. Quanto às lâmpadas, devem ser LED. Estas são efetivamente mais caras, mas têm 25 anos de vida útil e podem significar poupanças até 90%.
Ainda relativamente aos eletrodomésticos, duas recomendações: use o micro-ondas em vez do forno ou fogão e use as máquinas de lavar louça e roupa com a carga máxima indicada pelo fabricante para cada programa específico.
Isolamento e painéis solares
Se quer poupar mais 10% em energia, olhe para as janelas e para as paredes. Não, este não é um exercício esotérico que fará desaparecer custos por magia. É que um mau isolamento faz com se perca 20% de calor através das janelas e 25% através das paredes. Um bom isolamento é uma característica essencial numa habitação, devendo reter o ar quente gerado pelo sistema de aquecimento no inverno e evitar que a casa aqueça em demasia no verão. Instale nas janelas vidros duplos com caixilharia em PVC para otimizar o isolamento térmico. Paredes e chão isolados também vão ajudar a melhores índices energéticos.
Se lhe for possível, invista em painéis solares. Estes podem reduzir o seu consumo de energia em 60%. Sabe-se que o investimento inicial é considerável, mas os benefícios fiscais – e ambientais – são muitos.
Certificado Energético
Então e como é que pode caracterizar e quantificar a performance energética da sua casa? Simples – peça um Certificado Energético. Este é um relatório que irá medir a eficiência energética da sua casa. Depois da visita de um especialista, é elaborado um documento, que tem a validade de 10 anos, que apresenta várias sugestões para melhorar o desempenho energético da habitação. O Certificado Energético classifica o imóvel de A+ (melhor classificação) a F (pior classificação). A partir deste documento pode recolher várias sugestões sobre como melhorar a eficiência energética da casa e qual o respetivo custo estimado.