As administrações da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda e do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) confirmaram esta terça-feira que se têm registado «constrangimentos em situações pontuais» nas escalas da Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) das duas unidades hospitalares.
Tanto na Guarda, como na Covilhã, os responsáveis garantem que estes episódios «nunca colocaram em causa a resposta do serviço de Emergência Médica à população da região». No caso da ULS guardense, «sempre que a VMER fica inoperacional é acionada pelo CODU a VMER com maior proximidade física», disse a administração numa resposta escrita a O INTERIOR. Dado que não é a primeira vez que esta situação acontece nos últimos meses, a administração hospitalar reitera que «as escalas da VMER são preenchidas voluntariamente pelos médicos com a respetiva formação», pelo que para «evitar falhas» dos clínicos de apoio à viatura de emergência medica da Guarda, o Conselho de Administração «tem tentado sensibilizar os médicos» para o problema. A VMER da Guarda esteve inoperacional durante a última segunda-feira e volta a parar entre as 14 e as 20 horas desta quarta-feira.
Em 2021, a viatura registou uma taxa de inoperacionalidade de 11,48 por cento, a mais alta das 44 viaturas médicas do país. Só no mês de dezembro esteve parada 277 horas, o equivalente a 12 dias inteiros. No CHUCB a taxa de inoperacionalidade foi de 11,46 por cento no ano passado, segunda mais elevada a nível nacional. A «dificuldade» em assegurar as escalas é o argumento invocado pelo CHUCB, que adianta que a previsão de inoperacionalidade da VMER para esta semana deverá verificar-se esta quarta e quinta-feira, das 8 às 14 horas, na sexta-feira no período 8-20 horas e durante todo o dia de sábado. A situação tem sido recorrente nos últimos meses e esta semana levou novamente Carlos Cortes, presidente do Conselho Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a alertar para a «elevada taxa» de inoperacionalidade das destas viaturas no interior, indicando, por exemplo, que «30 por cento dos turnos da VMER da Covilhã têm estado inoperacionais». O responsável que este cenário representa «um altíssimo risco para toda a região do Interior Centro», sendo que na Covilhã, em junho, a VMER «tem um terço dos turnos de escala a descoberto». Já na Guarda há «problemas em vários turnos, também este mês», acrescenta o presidente da SRCOM, que anunciou o envio de um «ofício urgente» ao Ministro da Saúde e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde uma vez que as unidades hospitalares são responsáveis por «manter a equipa da VMER sempre operacional».