O vento forte que se fez sentir na madrugada de segunda-feira arrancou parte da cobertura das piscinas municipais e danificou a restante estrutura. O complexo está encerrado ao público por tempo indeterminado e autarquia está a avaliar os prejuízos, mas numa primeira estimativa admite que possam ser da ordem dos «80 a 100 mil euros», adiantou a O INTERIOR o presidente do município.
«O vento levantou parte da cobertura e toda a restante estrutura em madeira está posta em causa. Já acionámos o seguro e estamos a fazer o levantamento dos danos», disse António José Machado. Segundo o edil, «houve vento com intensidades idênticas noutras alturas, mas nunca com estas consequências. Houve aqui algum fenómeno atmosférico extremo que fez a sucção da cobertura, que foi literalmente arrancada». O presidente da Câmara admite pedir apoio ao Estado para reabilitar o complexo municipal, cujo encerramento afeta «150 utentes habituais». Na região registaram-se sobretudo quedas de árvores. O anúncio da chegada da depressão “Glória” fazia prever ventos até 110 km/h, o que levou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera a colocar em alerta amarelo quatro distritos, entre eles Castelo Branco e Guarda.
De acordo com fonte da Proteção Civil registaram-se no distrito da Guarda 93 ocorrências na segunda-feira, «a maioria quedas de árvores». Apesar da obstrução de vias não houve, segundo esta autoridade, feridos nem danos materiais significativos, com exceção do desabamento do telhado do edifício das Piscinas Municipais em Almeida. Devido às fortes rajadas de vento e à consequente queda de árvores houve danos significativos na rede elétrica, nos distritos de Castelo Branco, Guarda, Coimbra e Viseu, levando à interrupção do fornecimento de energia, informou a própria EDP Distribuição em comunicado, esta segunda-feira.
Na nota, a empresa informava que os municípios de Castro Daire, Pampilhosa da Serra e Mangualde foram os mais afetados «com 28 linhas de Média Tensão inoperacionais, a grande maioria devido à queda de árvores». O município da Covilhã também sofreu as consequências do mau tempo com ocorrências registadas em vários pontos do concelho.
No distrito de Castelo Branco a Proteção Civil registou 78 ocorrências relativas a quedas de árvores, sendo a Covilhã um dos concelhos de maior incidência. Na freguesia da Erada um eucalipto centenário com três metros de diâmetro foi arrancado do solo, enquanto as vilas do Paul e Unhais da Serra ficaram sem rede eléctrica durante mais de 16 horas, segundo avançou o Correio da Manhã. No caso de Unhais da Serra a eletricidade já foi reposta, mas O INTERIOR sabe que grande parte dos moradores da vila estava ainda sem rede de comunicações móveis pelo menos até à data de fecho desta edição.