Os técnicos da UNESCO estiveram na Serra da Estrela na semana passada para reavaliar a classificação do Estrela Geopark como Património Mundial. Trata-se de um procedimento habitual que ocorre de quatro em quatro anos.
Se vai manter esse estatuto ou não só saberemos em setembro, mas o coordenador do Geopark, Emanuel Castro, está confiante na reclassificação. «Não conseguimos ter noção do que os avaliadores acham, mas temos a perceção do nosso trabalho e há aspetos muito positivos que temos conseguido nos últimos anos, como o envolvimento com o território e com os municípios, a promoção do conhecimento e ciência, de programas educativos que leva à Serra da Estrela milhares de alunos; o envolvimento da população, a proteção do património geológico e a força da marca UNESCO no desenvolvimento e promoção do território», considera. O responsável acrescenta que o Estrela Geopark tem sido «bem visto e percecionado pelos avaliadores da UNESCO e estou confiante que o resultado será a revalidação da classificação por mais quatro anos».
Uma confiança partilhada pelo presidente da Câmara de Manteigas e presidente do Geopark. Flávio Massano também acompanhou «os momentos de avaliação» e acredita que os avaliadores internacionais saíram da Serra da Estrela «muito satisfeitos com o que viram, com a equipa, as infraestruturas e o trabalho realizado junto da comunidade. Temos todas as condições para ser novamente classificados como Património Mundial da UNESCO». Para o autarca, o trabalho realizado no Geopark «é a prova que a comunidade, quando quer, trabalha em condições para ser um território de excelência». No ano passado, depois dos grandes fogos que devastaram parte do Geopark, temeu-se a perda da classificação, mas Flávio Massano afirma que «o que ficou, acima de tudo a história geológica, está cá toda e quando sair o relatório dos técnicos da UNESCO vamos ficar muito agradados». O edil confia que «vamos ter uma classificação positiva e continuar a ter este selo internacional».
Também a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, disse estar confiante na reclassificação do Estrela Geopark porque «contribui para o programa de revitalização do Parque Natural da Serra da Estrela». A governante acrescentou que o Geopark «empoderou a comunidade, no sentido das pessoas valorizaram o território onde vivem e considerou que o incêndio «não afetará» a decisão dos técnicos da UNESCO, uma vez que «na avaliação será tida em conta a catástrofe pela qual passamos. Não foi por nada que o Governo declarou Estado de Calamidade para a Serra da Estrela».