Região

ULS da Cova da Beira em funções

Escrito por Luís Martins

É a terceira Unidade Local de Saúde criada na região, depois da Guarda e Castelo Branco

O Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB), sediado na Covilhã, passou a ser Unidade Local de Saúde (ULS) da Cova da Beira, integrando a Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Cova da Beira, desde a passada segunda-feira.
A criação desta nova ULS resulta de uma decisão da direção executiva do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e destina-se a permitir integrar a resposta assistencial ao nível dos cuidados de saúde primários e cuidados hospitalares. Na prática, significa que os hospitais da Covilhã e Fundão e os centros de saúde da Covilhã, Belmonte e Fundão passam a ser geridos pela mesma Entidade Pública Empresarial (EPE). João Casteleiro, presidente do Conselho de Administração do CHUCB, já tinha afirmado que o objetivo desta reorganização é que «os dentes sejam mais bem servidos, tal como os profissionais de saúde». Com a chegada de 2024, a Beira Interior passou a contar com três Unidades Locais de Saúde, existindo já as ULS da Guarda e Castelo Branco. Ao todo, foram criadas seis novas Unidades Locais de Saúde a de 1 de janeiro, existindo agora 39 ULS, que vão servir «mais de 80 por cento da população», estima a Direção Executiva do SNS. No Norte irão ser constituídas as ULS de Santo António e de Tâmega e Sousa, já na região de Lisboa e Vale do Tejo serão criadas as ULS do Oeste, de Loures/Odivelas e de Lisboa Norte.
As ULS serão financiadas de acordo com o risco clínico das pessoas a que dão resposta, um processo que deve avançar de forma gradual. Um despacho publicado em dezembro explicava que, na prática, os utentes passam a ser classificados e agregados tendo em conta a previsível necessidade de recurso ao SNS. Atualmente, o financiamento é determinado sobretudo pela produção, ou seja, pelo número de atos praticados. A ferramenta que será usada combina informações sobre diagnósticos, prescrições clínicas, utilização dos serviços de saúde, entre outras, ajudando a identificar os subgrupos populacionais que têm características comparáveis e que apresentam necessidades em saúde semelhantes.
No total, serão três subgrupos: elevado risco clínico, constituído «pelos cerca de 5 por cento dos portugueses que sofrem de doenças complexas», risco moderado, que inclui os «25 por cento que vivem com pelo menos uma doença crónica que se sobrepõe às outras», e um terceiro grupo que integra «as pessoas saudáveis, os não-utilizadores do SNS e os que têm apenas doenças agudas episódicas». Outra das alterações na organização do SNS tem a ver com a generalização das Unidades de Saúde Familiar (USF) modelo B, onde os profissionais de saúde serão remunerados em função do desempenho. O Governo estima que a transição para modelo B de todas as USF fará com que 250 a 300 mil portugueses ganhem médico de família.
Para já, são 51 os concelhos que vão ter USF-B a partir deste mês. Entre eles estão Guarda e Mêda.

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Luís Martins

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