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Rewilding Portugal assume gestão da Quinta da Azilheira

Rewilding
Escrito por Efigénia Marques

A organização de proteção ambiental Rewilding Portugal, sediada na Guarda, assinou recentemente o contrato de arrendamento da Quinta da Azilheira, na freguesia da Castanheira.
O espaço, onde funcionou uma exploração pecuária de gado bovino em regime extensivo, será agora dedicado ao restauro ecológico e proteção da biodiversidade. A quinta vai juntar-se à rede de pequenas reservas naturais que a Rewilding está a criar para proteger e valorizar a vida selvagem e o património natural do Grande Vale do Côa, que conta já mais de 1.000 hectares. A Quinta da Azilheira tem aproximadamente 400 hectares e é atravessada pela Ribeira das Cabras, «uma área rica em vida selvagem que é urgente proteger», adianta a organização. Para Pedro Prata, diretor executivo da Rewilding Portugal, a quinta é «uma peça fundamental para a nossa estratégia e visão para o Grande Vale do Côa».
Nesse sentido, uma das medidas a promover no local será permitir a regeneração natural da vegetação, «uma vez que a área tem sido afetada por incêndios rurais de forma recorrente – sobretudo no grande incêndio de 2017 que afetou mais de 7.400 hectares na região», refere a Rewilding. Segundo os responsáveis, a zona apresenta «boas condições» para a nidificação de espécies de aves raras e ameaçadas, como a cegonha-preta, o bufo-real e a águia-real, apresentando ainda um «bom núcleo» de presença de coelho-bravo», uma espécie também ameaçada, e de lobo ibérico.
A Rewilding quer também introduzir herbívoros semisselvagens, à semelhança do que tem feito noutras reservas. No entanto, em vez dos cavalos Sorraia já presentes no Vale Carapito (Sabugal) e Ermo das Águias (Pinhel), a Quinta da Azilheira deverá acolher Taurus, um tipo de bovino que se assemelha ao seu ancestral selvagem, agora extinto, o auroque. «A concretizar-se, esta seria a primeira manada de Taurus em Portugal», adianta a organização.

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Efigénia Marques

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